sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Despedidas e recomeços

Primeiro de tudo: olá, blog! Quanto tempo, amigo querido. sei que andei super longe de você, por diversos motivos. Poderia dizer que foi por falta de tempo, sabe como é...Três crianças, casa pra cuidar, aquela coisa toda que a gente já sabe. Mas, sinto dizer (ou não) que acho que foi muito mais que isso. Vou te contar então: passei esses últimos tempos numa jornada para me descobrir. Sim, eu mesma. Por que, adivinha? Depois de mergulhar fundo na tal da maternidade nos últimos quatro anos foi hora de surgir um pouco do eu de novo. Não que eu tinha ido embora, mas foi tanta mudança que foi preciso processar tudo. E no meio disso, ainda veio outra mudança.

No ano passado, surgiu uma oportunidade pro marido ir pra Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e eu disse: "não, claro que não, por que a gente sairia de Brasília? Eu amo morar aqui". Nunca diga nunca pra mim é a coisa mais certa nessa vida e, depois de um ano difícil financeiramente pra gente e com uma proposta boa de emprego pra ele lá, fomos nós dizer "sim". Eu, como filha de militar, que durante a infância e adolescência toda mudei de cidade a cada dois anos, achei que seria fácil. Talvez pro Marco, que nunca saiu de Brasília e pras crianças, mas pra mim sem dramas, certo? Errado. hahahaha A pessoa acha que é mãe, faz curso de doula, faz aromaterapia, terapia, biomagnetismo, descoberta do feminino e rá: não sabe de nada, na verdade.

A despedida foi bem doída, mas alguma coisa em mim disse que tinha que ser assim. Não adiantava fugir e ficar em casa. Tinha que aproveitar tudo e todos (uma coisa que esses anos de mudança de cidade me ensinaram). A despedida precisa ser vivida. E pelas crianças também. O mais difícil pra gente seria dizer adeus pra escola. O lugar que a gente mais gostava, onde estavam os nossos amigos, a comunidade que a gente criou no últimos três anos com tanto afeto e batalhas. Então passamos a última semana celebrando com atividades nas salas, brincadeira favorita das crianças, lembranças e tudo mais. No último dia, no lugar de tristeza e choro (esse era só meu) Maria, Isabella e Francisco estavam felizes. Empolgadíssimos porque era dia de festa! Fizemos uma tarde com atividades pras crianças e lanche. Depois de noite, continuamos a festa com os adultos junto.


















A experiência me ensinou que mudar também é se encontrar. E não apenas novos amigos, nova cidade, novos lugares, mas encontrar o outro que fica, a cidade que a gente deixa e o lugar que será sempre nosso. Quebrar o ciclo também é uma forma de saber quem importa e quem vai ficar sempre. Por isso, foi lindo poder fazer essa despedida com a certeza de um até logo.

Sair da zona de conforto, que coisa é essa, gente? É viver, não é não? Mas que é desafiador,isso é. Mais difícil ainda é dar suporte pras crianças nesse processo. Depois dessa despedida, que pra eles pareceu uma celebração, eu achei que a chegada em Campo Grande seria tranquila. "Rá" de novo pra mim. Eles sentiram, claro. Eu também. Mas essa é uma história para um outro capítulo deste blog que será reativado.

Para um pouco das nossas aventura já na cidade morena, enquanto o texto não vem, é só seguir lá no instagram: @familiamoderna.

Essas fotos lindas foram feitas pelo um registro delicado da querida fotógrafa Camila Martins, que é mãe da Flor e tem uma sensibilidade especial para capturar pessoas e famílias. Ela foi lá de tarde para registrar o momento da despedida na escola e foi uma linda lembrança. Recomendo muito!