quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Chapada dos Veadeiros com Crianças

Semana passada resolvemos nos aventurar na nossa primeira viagem como pais de três! Fomos para a Chapada dos Veadeiros porque era o lugar mais próximo de Brasília e eu e o Marco não conhecíamos. E foi ótimo! Estávamos precisando de uma mudança de ambiente e desestressar um pouco. Meus pais foram com a gente, o que ajudou bastante. E fizemos uma trilha sozinhos com os três, que foi dificilmente maravilhosa e nos fez sentir super pais depois.
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Achei pouca coisa sobre o lugar e dicas para ir com crianças antes de ir, contei mais com o boca a boca e o conselho de amigos, por isso resolvi fazer um mini guia aqui com a nossa experiência. Aí vai:

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Como chegar lá

São três horas e meia de viagem até São Jorge, onde ficamos. A boa notícia é que eles acabaram de asfaltar o trecho entre Alto Paraíso e São Jorge, então a estrada está ótima. De Brasília é pegar a estrada em direção à Planaltina, depois São Gabriel e Alto Paraíso.

Para entreter duas meninas de dois anos levamos livros novos, comida de sobra e um CD com músicas do Frozen. Nada de dvd, tablets ou coisa do tipo (porque a gente não tem, se não teria usado, eu acho). Elas não dormiram nada! Nem na ida, nem na volta. E foi tranquilo até. Francisco dormiu quase toda a viagem, na ida mamou quando a gente parou num posto e na volta reclamou um pouco, por isso parei no acostamento para amamentar um pouco e depois seguimos viagem.

Na ida, a Maria fez cocô na calcinha, por sorte, enquanto estávamos no posto então rolou uma sessão lava jato na pia mesmo. E na volta, no mesmo posto aliás, o Francisco fez cocô e vazou tudo. Coisas de quem tem muito filho, tem sempre um pra limpar.

O que levar

Não dá pra levar tudo óbvio. Além das roupas, protetor solar, remédios, chapéu (que eu esqueci) e repelente (que é só para crianças com mais de dois anos, portanto Francisco não usou), tem que pensar em dois aspectos: entretenimento e comida. Levei uma bolsa com brinquedos e livrinhos novos que comprei pra viagem, pouca coisa, um pra cada só. E o computador com alguns DVDs que foi a salvação para os dias que todos acordavam 6h30 e o café da manhã do hotel era só 8h e também não queria perturbar os outros hóspedes. Então teve sessão de cinema na minha cama com lanchinhos.

 Entretenimento necessário

Levamos muita comida. Levei uns quatro litros de suco, uva, tomatinho, peta, pãozinho, um saco de maçã, um saco de tangerina e meus pais levaram também. Fiquei pensando que talvez nos passeios o lanche não fosse ser fácil (mas até que foi) e a coisa do café da manhã e a viagem de carro. Por isso, aproveitem a viagem de carro para levar de tudo.

IMG_9357 Lanchinho na cachoeira

Vale levar ou compra por lá: remédio contra os mosquitos. No nosso quarto tinha uns 50 mosquitos na primeira noite, só um remédio muito potente funcionou. A Pousada tinha uns mais simples e velho. Por sorte, ninguém ficou super picado.

Onde ficar

Pesquisei vários lugares para ficar e acabamos optando pela Pousada Casa das Flores é um lugar charmoso, tranquilo e um dos poucos hotéis com ar-condicionado da Chapada, por isso voto vencido em casa. É bem legal pra casais pelo clima mais "romântico", mas comporta muito bem famílias. E a gente optou por meia-pensão então jantava no hotel, como o nosso quarto era do lado do restaurante, as crianças dormiram cedo e nós ficamos ali pertinho e a cada 15 minutos íamos no quarto pra ver se estava tudo bem. Grande vantagem!

Também me indicaram o Poço Encantado e a Pousada Casa Rosa, acho que vale a pena dar uma conferida.

O que fazer

Cachoeira! Como não? A Chapada é cheia de pontos com trilhas para cachoeiras e rios, alguns são mais complicados, mas tem muitas opções para ir com crianças também (a depender do seu espírito aventureiro). Peguei algumas indicações de amigos e no hotel e fomos em duas, já que um passeio por dia foi mais do que suficiente.

Vale das Pedras

Fica a uns 9 km de São Jorge, bem pertinho, mas a estrada de terra até lá não tá tão legal, principalmente no quesito placas, mas é tranquilo. Tem uma ponte suspensa na entrada da fazenda que já foi uma aventura por si só. Lá tem uma prainha de pedras bem tranquila que foi onde levamos as meninas, mas tem um circuito com mais cachoeiras também. Além disso, tem um restaurante pequeno rodeado por galinhas, pintinhos e plantas que foi bem legal pras meninas, comemos uma comidinha caseira e gostosa feita ali na hora só pra gente, valeu muita a pena. Acho que nesse dia dava até para irmos em outro lugar de tarde também, mas acabamos ficando na piscina do hotel mesmo.

IMG_9365 Francisco curtindo muito
IMG_9350 Meus quatro companheiros IMG_9387 Minha mãe se superando passando na ponte bamba IMG_9371 Bella na Fazenda IMG_9375 Almoço bem simples e ótimo no Vale das Pedras, peixe e suco de morango IMG_9378 Sempre juntas

Vale da Lua

É um dos locais mais conhecidos da Chapada e tem uma formação rochosa que lembra a da Lua, quando contamos isso pras meninas elas ficaram enlouquecidas para conhecer, e acho que por isso vale a pena ir com as crianças. Meus pais não quiseram ir, então nos aventuramos os dois sozinhos com os três. Chegando lá as meninas quiseram ir no colo, é claro. Então, a Bella foi no sling comigo, fizemos um sling improvisado com canga pro Marco carregar o Fran-Chico e ele ainda levou a Maria no outro braço. Na parte das pedras, que é mais complicado, conseguimos convencer ela a ir andando e foi tranquilo.

IMG_9395 Conhecendo as pedras
 
Pena que não deu pra fazer foto de todo mundo  Até pedirmos pra alguém tirar IMG_9398
O sling improvisado do Fran-Chico Untitled Cantando "Livre Estou"

Piscina

Chegamos na piscina 3, que uma amiga indicou pra gente, e o lugar era ótimo pra crianças mesmo, tinha uma prainha legal com água que dava no pé delas. E fica a dica: levem chinelo para andar nas pedrinhas sem se incomodar pros adultos e pros pequenos. Água gostosa e ainda tinha uma moça super simpática vendendo açaí no isopor. Tava bem cheio, mas não insuportável, deu até para estender minha toalha de piquenique e fazer um lanche.

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A piscina 
IMG_9399 Marco e Maria
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A Bella se apossou da toalha do Francisco no passeio todo

A parte chata é que assim que eu cheguei lá uma abelha picou o meu dedo e imediatamente começou a ficar inchado e a mão inteira foi ficando enorme. Mas relaxei porque a gente tinha acabado de chegar. Então, tentei aproveitar apesar da dor e do incômodo.

A volta foi um pouco mais complicado. Era uma subida e já estávamos todos cansados. O jeito foi ir andando e parando. Francisco dormiu, mas as meninas estavam empolgadas, cantando o caminho inteiro, o que deu um certo ânimo.

No fim, eu e o Marco chegamos exaustos no carro, mas com aquele sorriso no rosto de "conseguimos"! O que foi ótimo pra gente, acho que estávamos precisando desse momento "super pais". E saí de lá louca para voltar.

Também vale a pena: Lokinhas (não fomos porque no hotel disseram que estava muito seco por lá), Praia do Jatobá (acho que poderíamos ter ido a tarde depois do Vale das Pedras), Rio da Lua, Poço Encantado (desvantagem é que fica a 50 km de São Jorge) e São Bento (o acesso é super fácil mas me falaram que enche muito).

Já estamos empolgadíssmos programando a volta!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Introdução Alimentar Instintiva

Então, chegamos na fase de comer. Preciso dizer que a introdução alimentar tem sido a coisa mais diferente da experiência de mãe de segunda viagem, terceiro filho. Muito diferente. Chega dá vontade de apagar todos os post que eu fiz no blog sobre introdução alimentar com as meninas. Acho que fiz várias coisas erradas, mas algumas certas já que elas comem bem no auge dos dois anos e nove meses e são viciadas em frutas. E espero que o Francisco siga o mesmo caminho. Pois bem, não acho que exista fórmula totalmente correta, mas aí vai a minha experiência no momento, meu próprio "método", nem blw, nem o tradicional, mas o instinto puro. E talvez a nossa tentativa agora sirva de inspiração pra alguém.

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Francisco fez seis meses de amamentação exclusiva e em livre demanda, ou seja, peito quando quisesse sem importar o tempo. Dormia bem a noite toda. Ele mostrava interesse pelo que a gente comia, o que sempre é bom sinal. Pensei em começar logo a dar uma papinha pra ele, mas resolvi ir na pediatra primeiro pra ver se ela passava alguma orientação importante que eu não sabia e qual era a linha dela. Porque com as meninas achei que foi muito tradicional. Então, acabei iniciando com seis meses e meio.

Comecei com a fruta. Banana amassada. Ele fez cara feia, normal. Comeu umas cinco colheres e pronto. Depois foi mamão, manga, tudo amassado ou picadinho. E ele ia nas mesmas cinco colheres e cara feia. Fiquei pensando que talvez se eu fosse mãe de primeira viagem ia achar que ele não tinha gostado de nada. Mas continuei dando nos mesmos horários e tal. Com a papinha salgada a mesma coisa.

Na segunda semana fui vendo que estava impossível fazer tudo separado e ele acabava não comendo porque eu não tinha tempo de fazer alguma coisa pra ele. Então, descobri que não precisava ser programado, tudo certinho, panela separada, como eu fiz com as meninas. Ele ia comer o que a gente comia. Então, se as meninas estavam comendo melancia, tapioca ou arroz com feijão. Era isso. E não necessariamente tinha que ser amassado. Foi aí que a Introdução Alimentar Instintiva chegou forte.


Comendo morango

Colocava pedaços de fruta grande e ele comia. Pepino ou cenoura em forma de palito e ele adorou. E a cara feia começou a ir embora e as colheres passaram da linha dos cinco. Sentava ele no cadeirão e dá-lhe um pedaço de banana ou melão. Não tinha mais preocupação com babador ou sujeira. Meu filho estava comendo. Nem sempre ficava ali do lado dele, estava por perto, mas não em cima. Na hora do almoço, geralmente umas 11h30 por aqui, ele já senta com todo mundo, comemos em família. Eu vou comendo meu prato e paro para dar umas colheradas do potinho dele. O conteúdo é quase sempre um legume ou dois no vapor, que nós também estamos comendo, arroz e/ou feijão, varia muito. Hoje, por exemplo, ele comeu peixe (tilápia), com batata amassada no garfo e guacamole. 

Eu não fiz tudo da noite pro dia. Fui introduzindo aos poucos. Umas duas semanas depois das caras feias, ele começou a comer bem e aí acho que exagerei. Num dia ele comeu tapioca, fruta, almoço e fruta e quando chegou de noite vomitou tudo. Depois passou uns dia gorfando meio amarelo, achei que poderia ter sido muita coisa ácida e dei uma maneirada. Agora já comecei a introduzir o jantar também, mas não é todo dia. E se esqueço alguma refeição, tudo bem também.

Acho que com as meninas também rolou uma mudança muito grande na nossa alimentação e com o Francisco isso já estava pronto. Agora nas nossas refeições têm sempre uma opção de legume e verdura. Passamos a consumir mais frutas por causa delas e isso facilitou muito. Acho que a alimentação tem que ser da família toda, temos que criar hábitos e não apenas introduzir alimentos. Dar exemplo é sempre a melhor opção.  Com as meninas também fiz muitas coisas que eu nem sabia que não era legal, tipo dar mucilon e farinha láctea, pra citar alguns.



Deixar a criança sentir e tocar o alimento também é importante. Isso aprendi no meio do caminho com as meninas. A alimentação delas flui muito melhor com uns oito meses quando passei a me desprender a papinha e deixar elas comerem com a mão, e nisso o blw mr ajudou muito, a entender que a criança precisa aprender a mastigar e que engasgar faz parte do processo também, é claro que é preciso estar atento, mas a própria criança tem seu mecanismo de segurança que deve ser trabalhado. Por isso, com as frutas o Francisco tá sempre comendo sozinho. Ele mesmo pega o pedaço e leva a boca. E come. Muito! No almoço e no jantar é que, geralmente, pico ou amasso alguma coisa e dou na colher, ou deixo ele explorar com a mão também. E a coisa do instinto tem dado super certo. Ele come bem e de tudo.

O que importa é que estamos ensinando ele a se alimentar, não apenas comer, e tudo com instinto e amor também. E ainda tem peito. Muito peito. Porque pra mim essa ainda é a principal fonte de alimento dele. Então, às vezes dou o peito antes de dar a comida, por exemplo. Uma meia hora antes, ou logo depois dele comer e tudo bem também. E o menino come. E muito. Amém.