segunda-feira, 21 de julho de 2014

Dois divertidos e enlouquecedores anos de duas

Dizem que são os terríveis dois. Tá, fácil não é, e isso é verdade. Mas é como diz o troll de Frozen sobre os poderes da Elsa "também há beleza nele" (desculpe, mas estamos viciadas no filme, eu amo hahahahaha). Aqui passamos por uma mudança enorme quando as meninas completaram dois anos e, para completar, um mês depois o Francisco nasceu. É claro que eu acho que rolou um ciúme, adaptação da escola e as próprias características da idade. Então, foi um turbilhão de emoções de todos os lados. Era choro, lamento, grito, muita briga entre as duas, e eu e o Marco muitas vezes nos olhávamos desanimados sem saber o que fazer. É aquela coisa que acontece toda vez que a gente passa por uma fase difícil com as crianças: primeiro bate o desespero, depois a gente começa a ver as coisas de outras orma, cria estratégias, se acalma e a coisa começa a fluir.

Passamos por algumas semanas bem difíceis logo depois que o Francisco nasceu. Chorei muito, estava cansada, desanimada, confesso que não me sentia conectada com as meninas, não conseguia conversar, explicar, ter paciência. Era sempre choro e confusão. Até que eu comecei a ver as coisas de outra forma e entender o que estava acontecendo, não ficar pré-assumindo que era "ciúmes" ou "tá fazendo para chamar atenção". Sim, elas queriam atenção e precisavam disso, mas porque estavam passando por um processo novo, estavam se descobrindo como pessoas, queriam impor suas vontades e, tanto eu quanto Marco, precisávamos entender isso.
Independentes. Adoram abrir a geladeira e escolher o que querem comer.
Depois que a gente relaxou e começou a conversar e negociar a coisa mudou de figura. Não adianta ver a criança chorar e dar as costas. E agora nem sempre a distração dá certo na hora da crise. Tem que lidar com o problema, afinal é isso que temos que que ensinar pra elas. A lidar com a frustração. E você aí achando que cuidar de bebê é difícil, bem que minha mãe me disse: "na hora de EDUCAR é que o bicho pega". E mães sempre tem razão, não é não?

Então, a gente passou a pegar no colo e explicar, conversar, mas também aprendeu a mudar de foco e a fazer tudo ao mesmo tempo. Haja jogo de cintura e paciência. Foi um processo até conseguirmos respirar de novo e nos sentir seguros como pais. A gente precisou mudar também e entender que a Maria e a Bella estavam crescendo e que era nosso dever mostrar o caminho pra elas, ainda que mais parecesse missão impossível. Então, tentamos ver a parte divertida disso tudo também. Todo dia de manhã a Maria queria escolher a roupa dela e aí começava uma negociação sem fim. Ela queria colocar uma regata e tava um frio terrível lá fora. Então, eu respirava e pensava "tudo bem, vamos colocar a regata, tá bom? Mas podemos colocar essa blusa por cima?". E ela falava "tudo bem, mamãe". Ufa! Outro dia, ninguém queria almoçar, bagunça e caos. Poderia ficar brigando e dizendo: "não, vai almoçar sim e agora!" E dá-lhe chororô e etc. Mas, não. Peguei uma toalha de piquenique, estendi no meio da sala e perguntei: "vamos fazer um piquenique?". Elas sentaram comeram um pouco da comida e um tanto de fruta. Pronta, já estava satisfeita e não me estressei.

Dois anos também é uma fase pra lá de divertida, talvez para compensar o caos todo. É cada coisa que elas fazem ou falam, principalmente, falam, que enchem meu coração de alegria. Hoje mesmo estava levando as duas pra escola quando a Bella virou pra mim e disse "mamãe, eu estava pensando". O que? Um pingo de gente falando pra mim que tava pensando, como pode. Pensando em quê? "No Zoológico". Sem contar nos abraços, beijos e "eu te amo". É tudo mais real e sincero. É descobrir um novo mundo com elas. Explico, converso, aponto e me descubro de novo. Se antes eu era uma mãe cheia de regras, que insistia, tinha rotina, agora eu sou muito mais leve, precisei me reinventar nos dois anos também. Não quer fazer, não quer comer, não quer nada? Vamos pelo outro lado, ver de outro jeito. Abraçar a ternura, ser menos dura com elas e comigo. De novo, me reencontrei, como tenho feito desde que elas nasceram. Desde que me tornei mãe.

Ah e essa vai para os pais de gêmeos: os dois são dobrados pra gente. Lidar com a crise de duas é extra dose de paciência, as brigas então é uma maravilha (pra não dizer o contrário) mas sobrevivemos como sobrevivemos a tudo. E a parte boa vem com tudo. Elas estão cada vez mais companheiras, amigas, se chamam pra tudo, se abraçam, brincam, batem altos papos juntas. Cuidam tanto uma da outra. É a coisa mais linda de se ver. E faz tudo valer a pena.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Tempo, tempo, tempo, tempo

Que saudades de escrever neste blog. Vontade de colocar aqui na tela as dezenas de posts imaginários que eu já fiz nos últimos meses. Escrever sobre a loucura estar sendo descobrir o mundo com duas meninas de dois anos e todas as negociações que eu faço por aqui diariamente com dois pingos de gente. Escrever sobre o Francisco e todo o significado que ele trouxe pra vida da gente. Escrever sobre como eu estou digerindo meu parto ainda. Sobre a amamentação, sobre ter um recém-nascido, sobre alimentação da família tosa, sobre como sair com três crianças. Mas, cadê o tempo? Estou me vendo cada vez mais sem ele. Tem casa, crianças, loja, agora inventei que quero vender bolo e estou planejando um novo negócio com meu irmão. Então, algumas coisas ficam de lado, como eu e o blog. Mas já passei por isso antes, quandp tive as meninas, e sei que em breve o tempo e eu vamos fazer as pazes. Meu objetivo (e acredito que grande parte das mães) é se organizar de vez. Fazer lista, ter horários e ainda deixar um espaço livre, porque esses também são necessários. Já estou tentando, minha gente! E tentar já é o primeiro passo. Me aguardem que estarei mais aqui. Enquanto isso, deixo algumas fotos do que tem acontecido por aqui ultimamente, afinal a vida não é feita só de caos e copa! E quem quiser, pode acompanhar nosso ritmo freneticamente pelo instagram @familimoderna