quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Andar e descobrir o mundo

Estou há séculos querendo escrever este post, mas tem aquele problema da minha vida, conhecido como falta de tempo, segue, porém, agora vai! E preparem-se para todo um testemunho adiante! Queria compartilhar como foi a experiência de andar da Maria e Isabella porque resolvi seguir um caminho diferente e talvez pudesse inspirar outras pessoas que estão na mesma situação, mas para escrever sobre isso preciso começar do começo. Com duas bebês para cuidar, all alone, eu me descobri uma mãe prática. Me inspirei em outras mães de gêmeos que encontrava pela net e que cuidavam sozinhas dos filhos, especialmente o instagram (minha fonte inesgotável de tudo), e acabei desenvolvendo meu próprio método de praticidade e mobilidade, sem querer querendo. E acabei me identificando muito com método Montessori (para quem não conhece explicações aqui) e descobri que estava seguindo a mesma linha de pensamento sem saber o que era.

Por causa da loucura de cuidar das duas ao mesmo tempo e ter atenção redobrada acabei deixando as meninas livres para descobrir o mundo e incentivei uma certa independência delas. Primeiro, com uns cinco meses, coloquei um tapete de pvc e um edredom macio em cima no meio da sala e comecei deixar as duas brincarem ali. Assim, comecei a perder o medo de ficar com as duas sozinhas por mais de meia hora e percebi que era possível controlar a situação. Foi tipo uma luz, gente, uma coisa maravilhosa! Com seis meses, elas começaram a sentar e foi a glória! Super esperei por esse momento! Então, deixava as duas no chão brincando, ficava do lado delas o tempo inteiro no começo, mas depois fui me arriscando a sair para ir na cozinha, sentava na mesa da sala para costurar (ah, seu eu soubesse o que viria depois, teria feito muito mais coisa nessa época).

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Com seis meses, quase sete, explorando o chão da casa da vovó

IMG_0723 Maria e Bella, ô saudade dessa fase!

IMG_0937 Explorando a casa

IMG_1140 Brincando com uma casa feita de caixa de papelão

Pois bem, depois, veio a parte de "querer levantar". Nessa época, eu ainda tinha babá e ela falava: "olha, a Maria não quer ficar sentada não, ela quer ficar em pé", lá ia ela e levantava a Maria. E eu, instintivamente, dizia "não, negativo, se ela quiser levantar ela vai ter que aprender sozinha, porque se as duas quiserem que a gente fique levantando toda hora, como eu faço?". Um tempo depois eu encontrei o método Montessori e esse blog sobre o método pra gêmeos e lá estava: "nunca levante um bebê", um post sobre como era importante deixar o bebê desenvolver suas próprias habilidades motoras e ganhar força muscular e segurança na coluna. Achei isso super importante e acho que por isso hoje as meninas são tão seguras e firmes. 

Com sete meses Isabella começou a engatinhar, ela primeiro ia se arrastando até que pegou o jeito, sozinha, sem nenhuma intervenção, e, umas duas semanas depois, foi a vez da Maria e aí todo mundo falou "ah, acabou seu sossego". E, de fato, elas ficaram bem ativas, mas não achei esse bicho de sete cabeças. Segredo? Sala livre pra elas explorarem como quiserem. Fechava o acesso ao corredor com uma cadeira e coloquei uma grade na porta da cozinha. E tudo que estava alcance delas podia ser tocado, o que não podia eu dizia "não", mas poucas coisas tinham esse sentindo justamente pra eu não ter que ficar o dia inteiro repetindo o tal do "não". Até hoje tudo o que elas podem pegar está ao alcance delas e elas amam pegar os livros em cima da estante e jogar no chão! É claro que quando eu vou na casa de outra pessoa é meio caótico, aí rola uma overdose de "não" de fato. Mas aqui também rola, elas descobriram a tomada do aquário, por exemplo, e eu passei uma semana dizendo "não, pode, vocês vão matar o peixinhos do papai, não, não, não". Foi terrível, mas depois de uma semana elas esqueceram, de vez em quando lembram, olham pra mim com cara de quem sabe que está fazendo coisa errada e basta alguns avisos que elas esquecem.

Quando elas começaram a ficar em pé e se arrastar pelos móveis e eu não interferia em nada, ficava só perto para evitar acidentes e, sim, rolaram muitas quedas. Foi tipo uma semana de muito choro em dobro, toda hora alguém caia, eu ia lá e consolava e elas voltavam a brincar, mas ninguém ficou sequer com um roxo. O engraçado é que aí começaram a aparecer duas personalidades bem diferentes: Maria caía e raramente chorava, em pouco tempo ela se recuperava e estava de volta na mesma posição. Já a Isabella chorava bastante e eis que nascia uma pequena rainha do drama, como eu coloquei aqui antes, com direito a mão no rosto e tudo (mas já passou, viu? foi mesmo uma daquelas fases). Outra coisa: Maria era um pouco mais corajosa, a Bella ficava com medo de se abaixar, ela levantava e ficava um tempão na mesma posição e não sabia como sair. Aí chorava para pedir socorro. No começo, eu ajudava, depois fui mostrando pra ela como se abaixava até que eu deixei de atendê-la umas duas vezes e ela aprendeu.

E veio a questão de andar. Eu via os pais segurando os bebês com as duas mãos de um lado pro outro, geralmente reclamando de dor nas costas, e pensava que aquela não tinha como ser uma opção pra mim.  Será que eu ia ter que ficar o dia inteiro inclinada? Definitivamente não. Como eu ia fazer, gente? Pensava nisso direto. Eu sabia que elas iriam andar de alguma forma, mas aquele não era o jeito. E tinha aquele pânico que as pessoas gostam de espalhar pra todo mundo que tem um bebê que acaba de andar: "xi, quando andar você não vai ter mais sossego! É o caos". Bem, escutei isso quando elas engatinharam e não foi tão ruim assim, mas tinha um pouco de medo sim. Então, não tinha pressa nenhuma de que elas andassem.

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Maria no corredor do nosso prédio

IMG_3343 Maria e Isabella. Uma corre e a outra engatinha. Foto tirada no mês passado.

O jeito foi continuar com o meu método de deixá-las livres com um pouco de incentivo. Elas se movimentavam bem de um lugar para o outro e com uns dez meses eu comecei a colocar brinquedos em cima do sofá, da cadeira e da poltrona para que elas se movimentassem e fizesse uma espécie de circuito. E aí rolava uma passinho, um apoio prolongado. Até que a Maria começou a pedir apoio, levantava a mãozinha e tudo. Segurava uma mão só e ia andando do lado dela, assim ela ganhava firmeza e segurança para andar sozinha. Ela dava dois, três passos no máximo e isso durou uma semana. Até que no dia 31 de dezembro ela deu oito passos, com 11 meses. Uhu! Depois não parou mais. A Isabella por outro lado, não queria saber de andar e eu respeitei o tempo dela. A gente tentava dar a mão também pra ela, mas ela dava quatro passinhos apoiada e já queria engatinhar. Meu pai e minha mãe tentavam do jeito "tradicional" com ela de vez em quando, mas nada. Até que ela começou a se interessar mais e pedir apoio também e quase dois meses depois da Maria deu os primeiros de muitos passos. Já foi direto, muito mais rápido que a irmã, como eu imaginava. Ela ia mais rápido, porém ainda tinha uma preguicinha.

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Infância em Brasília é viver perto dos cobogós

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Isabella treinando com a vovó

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Andar com um objeto na mão ajuda bastante o equilíbrio, por mais incrível que possa parecer, elas se sentem mais seguras. Portanto, incentive e no lugar de tirar.

O fato é que agora as duas andam pra todos os lados e eu não estou tão doida quanto eu pensava. É claro que às vezes preciso correr atrás delas, mas pego cada uma num braço e lá vamos nós. Maria só anda, Isabella anda, mas ainda engatinha. Sinto também que quando elas estão em lugares estranhos, a tendência é engatinhar ainda. Mas estou doida que elas andem bastante pra poder descer com as duas para uns passeios sem carrinho daqui pra frente, outro mundo, outra fase.

IMG_3688 Isabella e Maria na nossa farra do dia a dia

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Elas pegam o brinquedo na caixa e agora estou ensinando a "guardar"

IMG_3673 Ande, Bella, ande!

PS1: Só para lembrar que não sou especialista de nada, apenas resolvi compartilhar minha experiência para talvez inspirar pessoas da mesma forma que me inspiro na ideia de outras mães.

PS2: Gente, tá rolando semana do Star Wars na Loja da Família Moderna! Tem camisetas e almofadas para jedis e padawans modernos para conferir. Poucas peças, tudo feito de forma artesanala e com tecidos importados, corram lá www.familiamoderna.tanlup.com

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Giancarlo fazendo pose com a camiseta do Stormtrooper. Eu posso com isso, gente?

IMG_3643 Almofada!
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Diferentes e iguais

Outro dia (leia-se há muito tempo atrás) eu li que as nossas primeiras lembranças da infância definem quais posições vamos tomar para o resto da vida, inclusive se você ia ter tendências depressivas se suas recordações primárias não fossem boas. E tinha lá um especialista que dizia: " faça o teste, pense na sua primeira lembrança da infância". Então, eu fechei os olhos e lembrei. A minha primeira lembrança da infância veio com um filme e ela estava lá. Linda, morena, cabelos ondulados e pronta para me guiar, como deveria ser o papel dela na minha história.

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Eu, Mami e Thiago

Eu devia ter uns quatro anos, estudava no maternal em um colégio super tradicional de Botafogo, no Rio. Eu lembro que a professora estava montando a peça de teatro do fim do ano e eu, é claro, queria o papel principal, eu queria ser a Branca de Neve. Mas, eis que escuto: "Tati, você vai ser a bruxa, tá meu amor?". Nãooooooooo. Eu não queria ser a bruxa, quem quer ser a bruxa, gente? Ninguém, querida professora! Eu lembro que protestei, mas participei do ensaio e aí já era.

No fim da aula, contei pra minha mãe, super arrasada, acho que chorei, perguntei por que eu não podia ser a Branca de Neve, etc. E está aí a frase que eu acho que mudou minha vida: "Você vai ser a bruxa? Não tem problema, você vai ser a melhor bruxa do mundo. Eu vou fazer um chapéu maravilhoso pra você e você vai aparecer mais que a Branca de Neve, não se preocupa não, Tatiana. Você vai arrasar". Eu acho que continuei triste. Mas me lembro da minha roupa de bruxa, lembro da minha mãe fazendo aquele chapéu, lembro de todo mundo elogiando aquele chapéu, e me senti bem de bruxa, fiquei feliz quando terminou a peça. Está aí a minha primeira lembrança da infância, uma das melhores lições que a minha mãe poderia ter me dado: você pode ser diferente, você pode fazer do seu jeito, você pode se destacar mesmo estando em segundo plano. Ninguém precisa ser protagonista, basta dar seu melhor, fazer diferente, que tudo dá certo no final.

A minha infância toda foi marcada pelas invenções da minha mãe. Desenhar, cortar, colorir, montar, costurar, ela fazia de tudo. Nossos trabalhos de escola eram todos feitos em casa, cheio de ideias milaborante, numa época em que não existia internet para copiar a ideia de algum lugar legal e tudo no esquema "DIY ou faça você mesmo", antes mesmo desse termo existir por aí. Eu tenho nas minhas melhores memórias da infância os projetos feitos pela Dona Vera. Ela sempre estava ali quando a gente saía e voltava da escola, sempre com um ateliê improvisado, uma boa ideia, podia reclamar do trabalho, mas fazia. Ela despertou em mim e no meu irmão a vontade de seguir outros caminhos, ser diferente, ser criativo, ainda que ela não estivesse fazendo aquilo deliberadamente. Ela simplesmente educava instintivamente.

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Eu no melhor estilo "minha mãe me arrumou"

thieeunocolegio Reparem que a roupa é a mesma da foto anterior, mas ela deu uma "repaginada" com lacinhos"

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Ela fez todos esses cículos de "ABC" pra minha sala inteira!!!

Por isso, apesar de Maria e Isabella serem idênticas geneticamente, deixo que elas sejam diferentes, como elas de fato são. Pra começar, não visto as duas iguais não só para preservar a individualidade, mas para que as outras pessoas diferenciem uma da outra, mesmo que seja só pela roupa. Eu gosto de ser diferente, seguir o caminho alternativo, sair do lugar comum e minha mãe me ensinou isso, sem ter intenção, e pretendo passar adiante a mesma sabedoria.

Eu quero ensinar para as minhas filhas, assim como a minha mãe fez comigo, que é possível ver a situação por outro ângulo, que com esforço e um pouco de criatividade a personagem má pode ser um pouco mais boazinha, e que dá pra enxergar o lado bom até das bruxas. Tudo o que eu quero é ser a mãe que a minha mãe foi pra mim e tudo o que eu mais desejo no mundo é que ela seja feliz. Só isso.

Este post é uma homenagem para uma das razões do meu viver, já que amanhã é aniversário dela. Parabéns, Mãe!

PS: Obrigada a todas pelos comentários do post anterior, bom saber que não estou nessa sozinha. E foi bom me lembrar que seguir o caminho diferente é desafiante, mas sempre mais compensador. Aguardem mais palpites e jeito de viver da família moderna.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ser ou não ser, escolher e tantas questões

Nos últimos dias eu tenho pensado muito sobre o universo da maternidade e, de novo, sobre aquela coisa de competição constante que parece existir entre as mães. Por que todo mundo não se dá bem, gente? Mais importante tenho pensado no meu comportamento social neste novo meio que eu convivo. Eu me sinto uma estranha no ninho, uma excluída entre os mais populares do colégio, para falar a verdade, e por isso e por minha culpa também tem sido difícil achar afinidades. Vamos começar: eu tenho duas bebês idênticas (motivo suficiente para não me identificarem como do grupo), eu fico em casa e cuido das meninas, eu não tenho babá ou que lidar com a creche, eu não deixo minhas filhas assistirem televisão (o que inclui um certo pavor de Galinha Pintadinha), eu quero ter um terceiro filho e uma última que eu descobri recentemente, minhas bebês dormem a noite toda, por isso, minha vida é mais fácil.

Eu confesso que tenho ficado incomodada com encontros com mães desconhecidas num shopping ou parquinho, por exemplo, que querem bater um papo casual com outra pessoa que está passando o mesmo que ela. Eu não consigo mais ter aquela vontade de conversar para dividir uma coisa com outra pessoa, eu já vejo aquela mãe como uma inimiga, que não vai ter nada para me acrescentar, que vai pensar de uma forma totalmente diferente da minha. E, claro, o problema não está com os outros, está comigo. Eu me transformei em uma inimiga. Eu julgo o comportamento de outros pais, dou sugestão e conselhos achando que eu sou a pessoa mais certa do mundo, a dona da verdade e isso é muito errado. Pronto, culpada!

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Mas eu não quero mais ser assim. Passei os últimos dias tentando mudar isso e descobri que sim, nem todo mundo vai agir como eu, mas todas querem o mesmo que eu, querem apenas ser felizes ao lado da família. A maternidade é uma questão de escolha, cada uma segue o caminho que achar melhor. Acho que não é uma questão de "o que dá certo pro meu filho, pode não dá certo pro seu", mas uma questão de qual batalha lutar, qual decisão tomar e no que você vai insistir. E no meio disso tudo, de todas essas diferenças, a gente encontra outras pessoas que estão indo na mesma direção. Mas isso também não quer dizer que a gente não pode ser ajudar, se apoiar. Eu me questiono muito também sobre o que eu escrevo no blog, se as minhas experiências "valem" alguma coisa ou não. Se o que eu compartilho aqui vai fazer diferença ou não. E eu também já tenho resposta pra isso: não importa. O que importa são as pessoas que eu acabo conhecendo aqui e que me fazem não sentir tão diferente, tão sozinha. Pronto, coloquei pra fora, desabafei (sim pra isso também serve esse blog) Agora podem todas por favor se mudar pro meu prédio e serem minhas vizinhas, de preferência.

PS: Eu juro que eu queria que esse blog fosse mais inspirador, como tantos outros são pra mim, mais alegre, mais "cool" e sem tantos dilemas. Porém, esta é a vida moderna, no entanto, vou tentar deixar as coisas mais leves, como geralmente são nos dias normais, por aqui.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um parquinho com duas bebês

Meninas com 12 meses completados eis que surge uma nova atividade para nós: o parquinho. Eu tento entreter como posso as duas aqui em casa, fazemos nossos passeios de carrinho pelo bairro, vamos encontrar amigos, ir ao shopping, mas o parquinho ainda era um estranho em nossa vida, ainda que eu tenha ido com elas umas duas ou três vezes, portanto era hora de desvendá-lo. Primeiro desafio: procurar um parquinho que fosse bom pra idade delas, com pelo menos um balanço descente, perto de casa. Aqui na minha quadra tem um parquinho de areia bom, mas ele guardava um mistério: eu nunca tinha visto nenhuma criança brincar nele! Eu sempre via as babás e pais levarem os pequenos em uma área de exercícios que é cercada e não entendia por quê, se tinha um parquinho do lado. Será que o parquinho era sujo, horroroso, perigoso? Resolvi deixar quieto e procurar um outro lugar que tivesse um brinquedo pra idade delas.

Sem título Maria e Isabella versão milanesa

Eis que surge uma outra história no meio da história. Fui em outras quadras procurar e nada. Até que em um dos nossos passeios matinais vejo um carrinho duplo passar pelo caminho da calçada que vai até a nossa direção. "Gente, gêmeos!" Quase saí correndo de alegria e fui logo forçar amizade. Era um menino e uma menina, três meses mais velhos que as meninas, e estavam com a babá. Fiquei mega empolgada, puxei altos papos com a babá e ela super me entendia", gente! Sério, queria abraçar aquela mulher porque ela passava pelas mesmas coisas que eu todos os dias! Fiquei encantada com a possiblidade das meninas terem dois amigos e eu alguém com quem conversar (olá, pessoa carente!). Perguntei pra ela se eles iam em algum parquinho e ela sugeriu o da quadra ao lado da minha (a única que eu ainda não tinha ido). E perguntei: "você consegue ir lá com eles sozinha?". "Não, sempre espero a mãe deles chegar pra ir junto. Não dá não". Desanimei, mas resolvi tentar.

No dia seguinte estava eu pronta para levar as meninas no parquinho: água no copo e balde com brinquedos nas mãos, aí vamos nós. Cheguei e achei o lugar igual ao da minha quadra, um pouco maior, e com os brinquedos mais velhos, mas nenhum pra idade das meninas. Estacionei o carrinho, tirei Maria primeiro, coloquei na areia, voltei e peguei a Isabella e botei na areia com os brinquedos. Tinham umas cinco babás, umas oito crianças brincando e uma mãe que depois eu descobri que era estrangeira e que não deu muita bola pra gente. As babás estavam falando sobre a novela das nove e lendo Contigo. A filha de uma delas, que estava ajudando a mãe com a menina que ela cuidava, veio brincar com as meninas e foi super simpática. Consegui ter controle da situação por 10 minutos. Depois Bella foi para um lado, Maria para outro, crianças apareceram para brincar com os brinquedos. Isabella coloca pedra na boca, Maria sai correndo atrás de um menino, Isabella come uma folha, eu olho pra Maria meio longe no meio do círculo das babás e uma delas aponta e diz "Olha lá, ela está pegando a areia e colocando tudo na boca, olha fulana, hahahaha". Eu deixo a Isabella e corro atrás da Maria. E o ciclo se repete, eu canso, coloco as duas no carrinho, elas não querem ir embora, reclamam, mas nada como um copo de água para distrair. Conclusão: acho que não dá certo ir sozinha com as duas mesmo não.Vou pra casa derrotada.

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Carinho de irmãs

Chega o Carnaval, marido em casa, bora pro parquinho! Agora vai! Como é feriado tem pouca gente no parquinho, dois meninos e uma menina mais velhos. O Marco fica meio intimidado com a interação social, todo mundo pegando brinquedo de todo mundo, mas dá certo por mais tempo. Até que na quarta-feira de cinzas a gente resolve ir no parquinho aqui da quadra, afinal qual a diferença de um do outro? E foi ótimo! As meninas brincaram, andaram, se divertiram e comeram um pouco menos de areia! Yay! E quando a gente estava indo embora surgiram pessoas de verdade no parquinho, uma pai e um filho, uma mãe e uma filha! Então, minha teoria começou a se formar: será que as babás não queriam que as crianças se sujassem de areia? E a coisa se confirmou quando a gente foi à tarde no parquinho de novo (sim, parquinho é sucesso!) e apareceu uma babá e uma menina, que insistiu pra entrar depois que viu gente no parquinho, e a babá me disse que elas não iam lá por causa da areia. Rá! E que elas iam de vez em quando na outra quadra porque lá a areia era melhor. Pois eu adorei a areia branquinha no lugar da de terra do outro parquinho "fantasma".

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Um parquinho no fim da tarde
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Kit de sobrevivência do parquinho:
- dois copinhos com água gelada
- toalhinha para limpar a sujeira no fim (tem várias lindas e baratas na Loja da Família Moderna, gente, olha o merchan!)
- brinquedos

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Deixem eles explorar tudo! Eventualmente, elas pararam de comer areia, sério.

Hoje resolvi arriscar e fui sozinha com as duas no parquinho antes do almoço, só para gastar aquela energia antes da soneca da tarde. Como o parquinho fantasma é mais vazio, fica mais fácil controlar as duas. Para a minha surpresa tinha um menino de 1 ano e seis meses com a babá brincando sozinho. Cheguei e fique sem saber se ia pro meu canto ou já levava as meninas pra perto pra brincar, resolvi fazer a socialização e lá fomos nós conhecer um amiguinho. Conversei com a babá, ela era simpática, contou que tinha um bebê de nove meses e reclamou da pessoa que cuidava dele. Ah, as ironias da vida! Ficou nervosa porque o menino queria brincar com os brinquedos das meninas e não deixava elas pegarem os dele, mas eu fiquei na minha. Acho que é natural a curiosidade de brincar com o brinquedo do outro, de interagir e a gente não pode interferir muito, mas fiquei quieta. No fim, ele jogou areia na cara da Isabella e a babá começou a dar uns tapas na mão dele e dizer que aquilo era errado e feio. Não adiantou porque ele foi lá e jogou areia na Maria. Fiquei perplexa e sem saber o que fazer. Será que a mãe tinha aprovado aquele método? Tem gente que acha que isso dá certo mesmo, ensinar a não ser violento sendo violento? Não sei. Só sei que fiquei feliz de estar ali com as minhas filhas em uma bela manhã de quinta-feira, sentada na areia e brincando no parquinho. E essa é a única certeza que eu tenho.

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Bella, uma das minhas fotos favoritas dela

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Maria

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Achei essa foto com cara de anos 70

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Como não amar esses parquinhos?

*Todas as fotos tiradas com iPhone, sem filtros, sem intervenção, só com a luz do fim da tarde de Brasília.Quem quiser pode seguir nossas aventuras diárias no instagram @tatisabadini

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

M&M - Momentos modernos

Aí vai mais um post da série "Momentos Modernos", onde falo de tudo, pouco, mas muito. Então, minha gente, todo mundo curtiu o carnaval? Aqui, nós quatro tiramos os dias para fazer uma folia em casa, organizar as coisas e se divertir, mas nada de agitação. Fomos no parquinho, na piscina, fizemos farra no quarto e compramos uma mesa e duas cadeiras para as minhas pequenas crescentes meninas. Vide nosso feriado:

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Duas flores na janela

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Comprando nossa mesinha, como coube todo mundo no carro?

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Teste da mesa em casa, elas ficaram sem saber o que fazer, mas depois de dois dias já descem direitinho, porém ainda pedem pra subir e tentam fazer malabarismos, por isso, estou sempre por perto para evitar acidentes

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Explorando o parquinho

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Quem aguenta essa Maria?

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Mais parquinho

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Primeira vez de maiô e sem fralda

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Água = diversão garantida

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Bagunça com o primo Giancarlo

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A mesa é um sucesso! Valeu o investimento!

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Isabella concentrada

Atualmente penso:

- Muito sobre a alimentação das meninas. Eu queria relaxar, deixar elas comerem o quanto quiserem, quando quiserem, mas às vezes é díficil deixar a obsessão de lado. Elas comem bem e adoram fruta, mas aquela coisa de comer com a mão X colher ainda me assombra. Li um pouco a respeito, pedia conselhos e qual é a melhor saída? Relaxar, é óbvio. É tudo normal, da fase, etc. E fazer o que eu já estou fazendo, oferecer mais lanches, mais fruta, mais suco, continua apostando na alimentação saudável. Fome elas não estão passando porque dormem super bem a soneca e a noite toda também. Então, vamos nessa, aproveitar essa fase que eles querem experimentar tudo o que a gente come, e passar a comer coisas mais saudáveis também para servir de exemplo.

- Cada dia que eu acordo para um novo dia ao lado das minhas meninas e não sinto aquele cansaço de antes. Já entro no quarto delas e digo bom dia pronta para começar uma outra aventura, uma outra descoberta e mais importante: sei que tenho que aproveitar cada segundo. É muito trabalhoso, e às vezes eu penso em como muita gente não tem ideia de o quanto é trabalhoso cuidar sozinha de dois bebês, mas é tão gratificante, como nenhum outro trabalho jamais vai ser. E agora é tão bom perceber que cada uma tem sua personalidade, como as coisas nascem com a gente, ainda que exista outro geneticamente igual a você. Maria é a aventureira, curiosa, corajosa, insistente, desenrolada. Isabella é carinhosa, sensível, a simpática, pensativa, detalhista. É muito louco poder ver essas duas crescerem e descobrirem uma coisa nova todos os dias. - As meninas agora estão super vocais. Conversam milhões de coisas que eu não entendo e algumas que eu entendo. Já falam o clássico: "mamãe, papai, neném, isso, esse". De vez em quando sai um dente ou gente e "quê", de quero. Outro dia, as duas estavam brigando e o Marco falou: "Olha, a violência!" e a Maria repetiu: "violência". Pode? Não vejo a hora delas falarem tudo, altos papos, imagine! Até reparei que agora estou falando mais com elas, apontando tudo e dizendo o nome. Ah, o que as mães não fazem pelos filhos!

- Também tenho pensando muito, muito, muito sobre tudo. Estou querendo desligar um pouco e o carnaval serviu pra isso. As ideias não param de surgir e o tempo é algo precioso por aqui, então a solução é acordar mais cedo, antes das meninas, para poder conseguir produzir ainda mais pra Loja da Família Moderna porque a demanda está aumentando e eu preciso me adaptar. A ideia é madrugar umas 5h30, 6h, e craftar. E em alguns dias vou aproveitar para voltar a correr. Em março tem mais feira também, gente! Não deixem de visitar a loja www.familiamoderna.tanlup.com e curtam nossa página no Facebook Aliás, não dividi esses bodies e camisetas lindas para meninos que estou fazendo agora ou essa promoção aqui no blog, aí vai:

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Bento lindo e o babador novíssimo!

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Lucca e a camiseta bigodón. Só tenho modelo lindo, sou sortuda!

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E o Tarso fofo com bigodón e com uma dica de decoração simples e criativa no blog Quero ser vintage! Não deixem de ver o vídeo lindo que a Maria Fernanda fez!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Sobre mamadeiras, independência e separação

Eu sempre tenho milhões de coisas para escrever aqui, assuntos infinitos que passam pela minha cabeça, post imaginários que nunca serão publicados. Queria poder dividir mais, desabafar mais, saber que outra pessoa está passando ou passou pela mesma coisa que eu, compartilhar meus sentimentos com a família e os amigos distantes e até com aqueles que estão perto, mas não são tão presentes. Mas me falta, obviamente, tempo. Cuidar das meninas, da loja e do trabalho infinito da casa não é mole, porém vamos nessa. Hoje eu já tinha um post preparado na minha cabeça, mas aí elas não dormiram muito a soneca do dia e atrapalhou todos os meus planos e faz parte. Então, são 23h e aqui estou eu escrevendo.  Como me falta tempo, vamos fazer deste post três em um, como vocês já devem ter percebido pelo título. Talvez, o texto seja longo, por isso, fiquem comigo até o final, minha gente! Vamos nessa:

Primeiro: separação. No sábado, separamos as meninas pela primeira vez ever. Desde a barriga até um ano depois de estarem fora dela, Maria e Isabella estavam sempre juntas. Eu e Marco conversamos sobre fazer alguns programas separados, pra gente poder ter um tempo com cada uma, mas nunca colocamos em prática e nem tivemos oportunidade porque a gente sempre faz tudo muito junto. Porém, sábado eu tinha que ir na casa da minha mãe pegar um material e ele tinha que ficar em casa para receber o nosso aquário novo, então ele fez a proposta: " Você quer ir com a Bella e eu fico aqui com a Maria? Aí a gente faz o teste". Eu dei um sorriso desconfiado pra ele e disse: "Tá". Peguei a bolsa coloquei duas fraldas, o lencinho, a mamadeira e saí pela porta com a Isabella no colo, sem carrinho, sem quase nada, vamos combinar. Coloquei ela na cadeirinha, sentei no banco, olhei pra atrás, dei um sorriso pra ela e pensei: "gente, que fácil é ter um bebê só, socorro, fala sério". Olhei pra trás no espelhinho, vi uma cadeirinha vazia e comecei a chorar. Louca. Chorei porque senti que estava faltando alguma coisa, porque ter duas bebês é muito difícil e existe uma coisa tão especial nisso que eu não sei explicar. É uma ligação muito forte, é bom demais, é amor em dobro. Chorei porque não consigo imaginar minha vida sem as duas, porque é tudo uma loucura. E enquanto eu escrevo isso ainda choro.

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Eu e Bebella durante a nossa saída

Cheguei na casa da minha mãe chorando e me sentindo a mais doida das pessoas, enquanto tentava dar minha toda minha atenção para a Bella. A gente ficou ali, ela brincou sozinha, quietinha, nada de caos. Achei estranho não ter que ficar olhando para o ambiente inteiro o tempo todo e focar minha atenção em um lugar só. Liguei pro Marco, "só para saber como estavam as coisas". E uma hora depois fui pra casa ainda tentando entender o que era aquele turbilhão de sentimentos que eu estava sentindo. Cheguei em casa abracei a Maria e o Marco, chorei mais um pouquinho. Sei que é importante que cada uma tenha seu tempo individual com a gente e queremos fazer isso mais vezes. O problema, eu acho, é que foi a primeira vez, foi muito estranho pra mim que sempre tive duas bebês ali o tempo inteiro. Foi estranho pro Marco também. Pras meninas? Elas não sentiram nada, se divertiram como teriam se divertido na companhia uma da outra. Vamos ver como será das outras vezes.

E, agora, que venha a independência, então. Eu continuo acreditando nas minhas teorias de maternidade, em especial, na regra: insistência é tudo. Como eu já disse aqui antes, nunca tivemos aquela história "não pegou, não se adaptou, etc", as coisas tinham e tem que dar certo. Eu também continuo acreditando que a mãe (sim, euzinha aqui e muitas de vocês aí) são as principais barreiras para que as coisas com os nossos filhos aconteçam e comecem a fluir. Mas, isso é uma outra discussão, então vamos ao que interessa... Maria e Isabella não pegavam a mamadeira sozinhas, sempre caia das maõzinhas delas, então eu tinha que colocar as duas no carrinho, puxar uma cadeira e segurar a mamadeira até elas terminarem. Eu tentava dar nas mãos delas, mas elas choravam e eu ficava com pena e dava a mamadeira. Eu pensei "bem, estou pagando minha língua, porque essa coisa de pegar a mamadeira sozinha parece que não vai rolar nunca aqui em casa". Até que eu pensei de novo: "estou bloqueando isso porque sou eu que não quero que elas peguem a mamadeira sozinha. Eu gosto de dar a mamadeira pras duas, gosto de pegar no colo e dar a mamadeira antes de dormir e fazer aquele carinho. E se eu não amamento mais, posso pelo menos dá a mamadeira pras duas, certo? Pronto, capricho admitido". Mas aí a vida foi lá e me deu um tapa na cara, como quase sempre acontece na maternidade também, não é minha gente? A necessidade me ensinou, por isso, obrigada, vida!

Na segunda-feira passada, levantei da cama logo depois que o Marco saiu para o trabalho, olhei pro corredor vazio e pensei: "vou ter que ir lá no carro buscar o carrinho para dar a mamadeira pras meninas". Pensei de novo. "Xi, o Marco foi trabalhar com o carro e o carrinho estava no porta-malas". E agora? Não ia fazer ele voltar, então tive que me virar. Coloquei dois travesseiros no chão da sala, deitei as duas e dei a mamadeira. E elas, simplesmente, seguraram a mamadeira! Eu tentava intervir quando elas se mexiam muito, mas percebi que só estava atrapalhando. Resto do dia? Mamadeiras sozinhas!!! Era hora de pular fase e deixar as duas crescerem.Agora, elas estão independentes e eu adorando, confesso. Antes de dormir, então, dou a mamadeira dentro do berço e elas já ficam quietinhas prontas para dormir.


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A cara da Isabella de "tá bom, mamãe, deixa a gente ser independente, tá?"

IMG_3252 Maria e Bella em momento interação entre mamadadas

O que nos leva até as mamadeiras. Não, esta parte anterior não era sobre mamadeiras. O fato é que eu resolvi fazer uma mudança e começar o caminho para que as meninas deixem a mamadeira até os dois anos. Os pediatras americanos que os bebês comecem a "desmamar" da mamadeira entre 12 e 18 meses. Comecei a ler e pesquisar sobre a mamadeira (aqui tem um artigo muito bom) e descobri muitas dicas sobre transição e como começar a mudar este hábito, assim como a chupeta, a mamadeira pode ser prejudicial para a dentição se for usada por muito tempo, e especialistas recomendam começar a transição com um ano, para a criança ir se acostumando e a adaptação ser mais fácil. Não foi meu pediatra que me disse isso ou nada do tipo, só fiquei pensando em o quanto foi difícil pra mim jogar minha mamadeira pela janela direto no lixo do prédio quando eu era pequena em troca de uma boneca com cabelo de lã, e desenvolvi essa teoria por minha conta, minha gente, que fique claro. Então, como diria a minha mãe, que não entendeu muito esse meu conceito já que no Brasil é costume as crianças tomarem a "dedeira" até três, quatro anos, eu "inventei" essa coisa que elas tinham que largar a mamadeira.

Sem títuloAdeus, mamadeira convencional!

Passei a dar o copo de transição pras duas da Nuk, elas estavam acostumadas com as mamadeiras da Chicco desde sempre, mas se eu soubesse antes o que eu sei agora, teria dado a mamadeira da Nuk. Como elas se adaptaram bem ao copinho da Nuk e tomavam suco naquele bico, achei que não teria problema e não tive. Comprei os copos de transição de 300ml e comecei a dar o leite da tarde (que sempre bato com banana ou outra fruta) nesse copo e foi super bem. Também li que era bom ir aos poucos, substituir primeiro as mamadeiras de dia, e por fim a noturna. Mas, senti que elas estavam sugando a mamadeira da Chicco com mais força, já que a NUK (que é indicada para depois dos 12 meses) o furo era maior. Então, mudamos de vez. E acho que o copo é mais leve e mais fácil para elas segurarem. Depois do copo de transição, elas passam para o copo com o canudo, como pequenas adultas e também já estou acostumando as duas a toma água com o copo "normal".

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Mamadeira da Chicco e o detalhe do copo da Nuk

É isso, mamadeiras, independência e separação. Próximo post: duas meninas andantes, aí vamos nós! Aguardem e confiem.