segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Indiretas do bem

Hoje fui fazer mais um ultrassom para ver bebê número 3. Antes mesmo de começar a médica já foi falando: "não mudou de ideia sobre não saber o sexo, não?". E durante o resto do exame ela ficou me jogando indiretas sobre o sexo do bebê. Pode produção? Pode? Na hora em que ela foi medir o fêmur fechei o olho, tudo direitinho. Ela fez umas piadas e quando acabou o exame me deu uma impressão do perfil como um agradinho, mas sem antes fazer uma brincadeira: "tá aqui a foto da genitália, hahahaha". Pode? Pode?

Ok, bebê tá lindo, ótimo, coisa fofa ver um ser só mexendo dentro do útero e enxergar detalhes que pareciam impossíveis na gravidez das meninas. Mas quando cheguei no estacionamento fiquei super irritada com a médica porque lembrei das coisas que ela tinha me falado e das pistas que ela tinha "jogado no ar". Na mesma hora liguei pro Marco e ele já falou: "ah, então deixa, amor. Vamos ver isso logo e fica todo mundo feliz (a.k.a a nossa família). A sociedade venceu". O quê? A sociedade não pode vencer, minha gente! Fiquei com uma raiva enorme naquele momento. Enorme!

Sem título

Se primeiro fiquei irritada, depois fiquei bem chateada. Conversei com uma amiga que passou pelo processo, mas o sentimento de desânimo se instalou. Fiquei triste por não poder conseguir fazer o que eu estava sonhando com essa gravidez. Eu sei que isso é ser mãe, um constante aprendizado de não ter o controle, mas me senti meio derrotada, coloquei a culpa em mim também por projetar essas coisas e por ter deixado essa "pressão da sociedade" me afetar. Passei o resto da tarde, triste, sem paciência com as meninas, chorando de vez em quando. Mas, quando o Marco chegou, conversamos e veio aquela sensação de alívio no peito.

Primeiro, independente dessas indiretas da médica, vamos continuar no mesmo caminho. Saber o sexo do bebê, ou não, não é o mais importante, apenas o bebê e ponto. Que, aliás, foi nosso objetivo desde sempre, aproveitar a jornada, não criar expectativas, deixar o desconhecido acontecer. Mas eu me incomodei tanto com essa pressão "menino ou menina", "por que tem que ser tão difícil pra gente fazer alguma coisa diferente" e etc, que acabei me deixando levar e talvez tenha levado muito a sério essas indiretas da médica. Talvez tenham sido apenas expressões, uma forma de brincar, me provocar, que eu acabei pegando pra mim. E, ok, vamos parar de dar tanta importância para algo tão simples, perto do grande quadro. Porque o que importa, amigas grávidas, é sempre o que vem depois do nascimento. É todo uma vida que vai nascer e se desenvolver diante dos seus olhos, não importa se você quis fazer um exame de sangue para saber o que você está esperando, se fez um enxoval completo ou não. Não há como esperar  ou se preparar pelo que vai acontecer quando você tiver seu bebê nos braços, a vida, simplesmente, acontece.

Por isso, vamos continuar na surpresa, no mistério, nada de indiretas ou diretas no próximo exame. Afinal, essas são as escolhas que fizemos pra nós, a direção que queremos seguir e a forma que queremos receber esse bebê na nossa família. E tudo bem. Revelações em um final de fevereiro ou começo de março bem pertinho da gente.

9 comentários:

  1. Indignada com essa medica....vc vai mudar ne? Ou vai continuar indo nela?

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  2. Ai, que médica chata! Muda, Tati! E não se abala, continua firme no teu propósito! :)

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  3. Tati, sinto muito por essa situação. É muito chata a pressão de nos adequarmos ao que os outros julgam certo para nossas vidas. Mas não deixe isso te abalar e curta a gravidez. Beijos aos cinco. Lu Navarro

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  4. Olha, eu tenho uma super dificuldade em lidar com essas pressoes todas. No meu caso isso acontece muito mais porque eu crio algumas expectativas e depois sofro com elas! Sofri porque queria parto normal, sofri porque queria amamentar o máximo possível, depois sofri porque queria que ela dormisse a noite toda... E no fundo vejo que deu tudo certo! Eu tive parto normal, amamentei mais de 1 ano e ela passou a dormir a noite toda quando parou de mamar. Então descobri que essa dose de sofrimento faz parte porque nos faz ser persistentes, quase birrentas! rs Gostaria de ter essa persistência toda sem sofrer, mas no meu caso foi desse jeito... Acho que numa futura 2a gravidez essa é minha meta: sem me irritar, mas continuar comminhas crenças e tentar sofrer menos... Ganhar o respeito sem impor. Um longo caminho a percorrer, mas tenho fé que chegamos lá! E vocês vão chegar lá também, não se abale! bjs Tati

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  5. fico feliz pela sua postura e decisão!
    não por vocês terem optado ou não por descobrir o sexo (do bebê), mas por continuarem firmes no que se propuseram, sem frustrações.

    a sociedade pressiona de todos os lados, em todas as coisas, por coisas relevantes ou -quase sempre - irrelevantes.
    o importante é vocês se sentirem bem com suas escolhas e saberem lidar com o que os outros falarem.
    ir na contramão do sistema é isso. coisa que eu sei que você tira de letra ;)

    bjs

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  6. Acho muitoooooo chato esta pressão para saber o sexo, o nome e etc.... Eu decidi o nome na sala do parto, foi um saco TODO dias as pessoas perguntando. Se tiver outro filho penso em só saber o sexo qdo nascer.
    Beijinhos

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  7. Querida,
    A difícil arte de seguir a vida ao seu modo escapando das normatizações alheias é o maior desafio de pessoas que escolhem caminhos como os nossos. Espero que a sua médica passe por aqui e perceba o quanto ela foi inconveniente e desnecessária. Ou, caso isso não aconteça, na próxima consulta explique uma vez mais a sua escolha e peça a ela que apenas respeite a decisão de vocês.
    Beijo grande!

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  8. Oi, passei por uma situação muito chata na gravidez. Uma colega de trabalho, que Tb estava gravida, me atormentava pra eu saber o sexo logo. Até guia de ultrassom ela arrumou. No dia da ultrassom me ligou na hora do exame perguntando o sexo. Me senti invadida na minha privacidade. Nem perguntava pela saúde do bebê e sim se era menino ou menina. É muita falta de respeito.

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  9. Nossaaaa que absurdo! Na minha primeira gravidez, já tínhamos tomado a decisão de não saber saber o sexo do bebê e passamos por uma situação parecida. Caí um tombo de costas e fomos para a emergência, chegando lá explicamos a situação e falamos sobre essa decisão. O médico achou tudo frescura e dizia q conseguia ver, que o meu médico iria dizer, qu não aguentaríamos ( estava c 7 meses)... Eu e meu marido ficamos super chateados e falamos q para nós o importante seria a saúde e não o sexo do bebê. Nessa gravidez já nós perguntaram até se era religião, promessa ... Affff o mundo está tão acostumado c as informações prontas, com a instantane

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