terça-feira, 26 de novembro de 2013

M&M - Momentos Modernos

Para quem ainda não conhece o M&M é  o que atualmente está acontecendo na família moderna. Ou quando eu tenho pouco tempo e muito para escrever!

Nos últimos dias, estou correndo com as coisas da loja e o evento que estou ajudando organizar. Nesses momentos, sempre fico meio estressada porque não dá tempo de fazer nada e acabo deixando as coisas de casa, e consequentemente, as meninas de lado. Acho que esse é um dos grandes problemas das mulheres modernas, tentar conciliar tudo. Sei que a minha situação não se compara à um emprego fixo e que ter a minha flexibilidade é ótimo, mas mesmo assim percebi que não posso perder o foco. Estabelecer prioridades é a regra número 1 e elas estão, obviamente, no topo da lista. Por isso, essa semana estou mais cansada, mas estou tentando costurar, escrever e responder email nas horas vagas, ou seja, nas sonecas e depois que elas dormem à noite. E quando estou com elas, fico com elas somente (tá com eventuais posts no instagram e olhadas no email). Por isso, depois de sábado estarei moída, mas tudo vale a pena! Também é muito legal fazer meu trabalho de costureira e fazer um evento acontecer. É possível fazer tudo, basta ter equilíbrio no caminho.

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Me virando como posso. Eis a melhor forma que eu encontrei para carregar uma das duas no colo

No fim de semana, o marido ficou com as meninas e consegui fazer uma coisa ou outra. Deu até para costurar com elas junto, coisa que eu parei de fazer quando elas fizeram 10 meses, é claro que o trabalho não rende tanto, mas faz parte. Era assim que minha avó e minha mãe faziam antigamente enquanto a gente brincava debaixo da mesa.

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Bella e eu

No meio da confusão toda da semana, também fomos pela primeira vez dentista. Sim, demorei 22 meses para fazer isso e foi ótimo, sinceramente. Elas ganharam nota 10, apesar da chupeta e estão com a dentição perfeita. Eu já escova os dentes das duas e a fato delas não comerem doces e açúcar também ajudou muito.

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Comendo pão e brincando com o kit que elas ganharam do dentista

Dentre as diversões de fazer o evento, além de fazer novas amizades e contatos. Foi brincar de tirar foto com a turma que eu criei do lado da Lu do Potencial Gestante! Pense nas figuras. Eu acho que toda mãe moderna, especialmente as que ficam em casa cuidando das crias, deveriam se juntar com outras que estão no mesmo barco, procurar grupos de parto, amamentação, etc, forçar amizade com outras mães, vale tudo para ter um pouco de vida social! Eu e a Lu estamos nessa há mais de um ano e tentamos nos encontrar sempre, às vezes, umas vez por semana, fazemos programas com todo mundo ou eles vem aqui pra casa passar o dia. A gente conversa, eles brincam é uma delícia! Tente dar o primeiro passo, mesmo que você não seja a pessoa mais sociável do mundo (eu não sou nem um pouco), e tente marcar encontros, piqueniques, parquinhos com outras mães porque esse mundo de "mãe integral" (não gosto dessa expressão) pode ser bem solitário.

Aliás, quem quiser se encontrar com a gente pode ir lá na Ciranda! É sábado, no café Objeto Encontrado, das 14 até as 20h. Eu e a Lu vamos fazer um bate-papo às 17h30 e tem outras palestras super legais rolando! As inscrições já estão abertas. Basta escrever para ciranda@objetoencontrado.com.br

Palestras

E vai ter feirinha com vendedores de produtos modernos lindos. Vale a pena! Espero você lá!

Cartaz A3

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Receitinha - Risotto de Parma, Queijo de cabra e tomilho

As coisas por aqui estão corridas. Tem desfralde, meninas ainda resfriadas e estou tentando correr com as coisas da loja e ainda organizando um evento super legal para famílias modernas (veja mais lá embaixo).  Para quem vai passar um fim de semana light e caseiro como nós aqui, ou melhor, no meu caso, em casa costurando, resolvi compartilhar uma receitinha rápida e fácil. Outro dia foi nosso aniversário de namoro e resolvi fazer um jantar caprichado pro Marco. Tava sem ideia e com preguiça de ir comprar alguma coisa no mercado, olhei pra minha estante de livros e passei os olhos na coleção de livros de receita e lá estava ele, o primeiro livro, que o meu então namorado, me deu no nosso primeiro Natal juntos em 2005, The Naked Chef do Jaime Oliver, versão em inglês mesmo porque acho que na época não tinha em português. E lembrei do primeiro prato que eu cozinhei pro Marco daquele livro, um risotto. Eu estou numa meio enjoada de risottos porque faço bastante pra mim e pras meninas (elas adoram!), mas coincidentemente eu tinha ido no mercado uma semana antes e comprado todos os ingredientes da receita. Fechei o livro e sorri: "parma, queijo de cabra e tomilho é o que teremos pra hoje".

Quando o Marco saiu do quarto, depois de fazer as meninas dormirem, o prato já estava quase pronto. Foi só abrir um vinho e curtir o resto da noite. E essa receita não é só para aniversários de namoro, viu, minha gente? Aqui em casa a regra é fazer um jantar "romântico" por semana e não precisa ser no sábado ou domigo, pode ser na terça, na quarta. Não precisa ter flores ou velas, mas é um jantar mais especial com algum prato que a gente gosta ou só queijos, presunto parma favorito de sempre, pães e um vinho, ou alguma coisa que a gente pediu por telefone. Arrumo a mesa, que quase sempre são dois banquinhos juntos em frente ao sofá da sala, coloco a louça especial dos "convidados" e aproveitamos.  Começamos a fazer isso depois que as meninas passaram a dormir cedo e eu achava que nunca mais na minha vida ia conseguir tomar uma garrafa de vinho inteira, huahuahua, mesmo depois que eu parei de amamentar, tinha medo de não conseguir acordar caso alguém chorasse de madrugada. E também sair pra jantar é sempre um trabalho, tem que pedir pra alguém ficar com as meninas, etc, coisa que a gente deve ter feito só umas três vezes nesses quase dois anos, então, melhor ficar em casa. E agora mesmo grávida, a gente faz os jantares, sem muito vinho, é claro, e muita cerveja sem álcool.

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Então, vamos para receita.

Ingredientes

1 xícara e 1/2 de arroz arbóreo (um bom arroz de risotto, não vale o comum!)
1 bandeja de presunto parma
700 ml de caldo de vegetais
1 cebola picada
azeite
tomilho e queijo de cabra a gosto
bacon em pedaços caso você queria barbarizar como eu!

1° passo:  

Faça a receita básica de risoto  

Coloque em um frigideira ou panela (com fundo largo) 1/2 colher de manteiga e 1 fio de azeite. Frite cebola (a gosto do freguês, eu geralmente coloco um cebola pequena ou meia média). Depois coloque o arroz arbóreo (1 xícara e meia) e deixe ele fritar rapidamente. Quando o grão ficar translúcido (com as pontas transparentes e um aspecto mais dourado, e isso acontece rápido), jogue o vinho branco a gosto. Não tem aquele vinho básico na geladeira? Use cachaça, rum, vodka ou qualquer outro destilado transparente. Eu já testei os três e ficou ótimo!

Deixe o álcool evaporar e depois jogue o caldo (de legumes ou de carne), aquela água com um tablete que você colocou no fogo para ferver, na hora em que estava picando a cebola, até cobrir bem o arroz. Pronto, deixe o arroz cozinhar, não precisa mexer loucamente nessa hora.

Jogue um pouco de tomilho fresco nessa hora, uns cinco raminhos deixa um gosto bom. Se quiser usar bacon, é a hora também de fritar tudo separado em outra frigideira menor. 


2° passo  

Mexa o risotto de vez em quando, mas não freneticamente e vá colocando mais caldo conforme ele for secando. Rale o queijo de cabra no ralador e reserve. 


O toque final  


Eu coloco o caldo no arroz mais umas três vezes e dou uma leve misturada. Quando o arroz estiver quase cozido (o truque é o seguinte: ele fica maior), jogue os complementos, ou seja, o queijo e o bacon. Aí sim, é hora de mexer! Coloque o risotto no prato e salpique mais um pouco de tomilho e coloque as lascas de presunto parma por cima. Aproveite, abra um espumante, e viva!


E para quem for de Brasília e quiser participar de um evento diferente, totalmente voltado para as famílias modernas, vamos pra Ciranda? Vou estar com um stand com produtos da Loja da Família Moderna lá e ainda vou participar de uma palestra/bate-papo com a Luíza Diener do blog Potencial Gestante, vai ser uma espécie de sessão desabafo sobre os dilemas da maternidade moderna. As incrições para a palestra acontecem na terça-feira e para saber mais entre no https://www.facebook.com/cirandabsb 

O evento em si vai ser bem diferente: feira cheia de produtos lindos para famílias modernas, exposição de fotos, palestras sobre parto e alimentação de bebês, além de pula-pula, pipoca, bolinha de sabão em um clima bom e com quitutes saudáveis. 

Aparece lá pra conhecer a gente e ver os produtos modernos! É dia 30/11 no café Objeto Encontrado na 102 Norte de 14 até 20h.

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Preparação para o desfralde

Eu sempre fui uma pessoa super empolgada para o desfralde, na minha cabeça era o último "desafio" de bebê das meninas (mas não, ainda tem a chupeta rá-rá-rá). Também queria me livrar logo das fraldas e quem tem gêmeos sabe bem do que eu estou falando. Estava empolgada, mas não li nada sobre nada o assunto, uma coisa aqui ou outra ali, conversei com a minha mãe e não com o pediatra e agi da forma que eu aprendi que tem dado certo por aqui: no instinto.

Primeira regra do desfralde, queridas leitoras, você tem que estar preparada para ele e mais do que o seu bebê, ou no meu caso, bebês. Você tem que estar preparada para dizer "tchau pra fralda". E, vou te dizer, limpar xixi e cocô do chão, é fichinha perto disso. Você tem que se libertar da facilidade fraldística (adoro inventar palavras!), saber que vai rolar xixi e cocô no chão, no seu sofá novo e talvez naquele livro lindo que elas adoram. Depois que você se convence, já tá fácil, fácil. Aqui está acontecendo assim:

Pré-desfralde: eu sempre deixei as meninas ficarem sem fraldas em ocasiões especiais, tipo no quintal da casa da minha mãe ou quando iam pra piscina (de plástico, né, gente?), sem medo de acidentes e às vezes eles aconteciam. Aí quando fiquei um tempo na casa da minha sogra na reforma aqui de casa, elas tinham 1 ano e meio, deixei alguns dias e não brigava quando elas faziam xixi no chão ou qualquer outro lugar, era sempre um: "eba, xixi, xixi, xixi!". Mas ainda não senti que era hora, apesar da minha mãe ter me contado que eu desfraldei com 1 ano e meio, algo que acho que aconteceu com quase todas as crianças da época devido a fralda de pano, confere? No meu caso, é a quantidade de fralda, a conta no final de cada compra de mês e o fato de que tem um bebê chegando por aí.

Também deixava elas irem no banheiro comigo, acho que instintivamente e por falta de opção. Mamãe, vai fazer xixi, vamos lá? E elas iam e olhavam todo o processo. Também comprei dois penicos mais ou menos com 16 meses pra elas irem se acostumando, mas elas nunca ficavam ou faziam nele.

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Durante o treinamento

São duas: Eu sempre reparei que a Maria era mais aberta ao desfralde, levava mais numa boa a coisa de fazer xixi e não se incomodar, queria tirar a fralda e etc, já a Bella não. Aí, há um mês mais ou menos eu tentei colocar as duas no penico e a Bella adorou e chegou a fazer xixi dentro dele! Era o sinal que eu estava precisando. Era hora!

Desfralde, enfim: Eu comecei aos poucos, e de novo, no instinto. Deixava elas sem fralda só à tarde, quando acordavam da soneca. No primeiro dia, rolaram muitos xixis no chão e um cocô. Dá-lhe pano pra limpar tudo. Mas nada no penico. Eu tinha um medo de que elas não aceitassem sentar no penico. Mas tirei o tapete da sala, coloquei os penicos lá, dei livrinho, suco pra elas comerem sentadas e deu certo! Também tem um livro do Patinho Usa Penico que eu já falei aqui, elas já liam há alguma tempo e foi bom pra usar como referência.

E quando faziam xixi no chão elas colocavam a mão, batiam o pé como se fosse a poça de chuva mais legal do mundo! Eu falei que tem que desapegar huahuahua. No segundo dia, eu senti que elas estavam avisando antes de fazer. Mas eu senti que já estava começando a brigar: "faz no penico, filha, no chão não". Aí parei um dia, voltei no outro. Depois esfriou em Brasília, aí elas ficaram doentes e eu meio que parei. Me deu preguiça, cansaço de grávida de ficar limpando, desânimo achando que ia demorar demais. E resolvi fazer a partir do dia 1 de dezembro, depois de uma feira que eu estou organizando.

Aí hoje de manhã, eu olho pra Maria e ela já tinha tirado o short e a fralda. Como? A Bella, é claro, pediu pra tirar também. E resolvi deixar. Que história é essa de preguiça, Tatiana? E a insistência? Pois bem, hoje elas me disseram que estavam prontas, de fato. Resolvi deixar o dia inteiro sem fralda, só coloquei na soneca. Fizeram xixi no chão a primeira vez, depois quando a Maria começou a fazer, coloquei (sem alarde) o penico na frente dela e o xixi caiu lá dentro, depois fomos fazer o ritual de jogar o dito cujo na privada e dar tchau. Acho que isso empolgou as duas porque em um determinado momento eu mesma fui fazer xixi e quando voltei na sala, a Bella tinha feito xixi no penico e a Maria metade. Fiquei super empolgada! Durante o almoço, a Bella pediu pra fazer xixi e eu coloquei ela no penico e ela fez! Que alegria! Lavamos a mão e ela continuamos com o almoço. De tarde, ela fez xixi no penico mais duas vezes, mas depois fez no meu sofá novo!!!! A Maria avisou, mas não deu tempo do penico. Acho que ela ficou um pouco travada, mas fez cocô no tapete. Sério, pra quem tem cachorro vai ser fácil, minha gente! E estou realmente considerando fralda de pano pro terceirinho depois dessa. Vamos ver amanhã. Mas acho que não tem mais volta. É hora de crescer!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Contagem Materna - 23 semanas

Eis que passamos da metade da gravidez e agora o tempo está passando rápido. Talvez até demais. Confesso que não vejo a hora de parir e conhecer o bebê, mas ao mesmo tempo quero aproveitar esta gravidez, tomar meu tempo, curtir um pouco as meninas e nossos dias de "só nós três", por que não? A barriga está crescendo e o bebê mexendo muito, mais durante à noite, mas de dia em alguns momentos ainda esqueço que estou grávida. Como pode?

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Estou oficialmente sofrendo de gravidices, nome que eu coloquei às loucuras deste período na vida da mulher, em especial, aqueles de esquecimento. Derrubo tudo o que está na minha mão, já queimei o almoço quatro vezes na semana passada e começo a fazer uma coisa e depois não sei o que era. Já Ou guardo as coisas nos lugares errados e outro dia, depois de varrer a sala, me peguei jogando a sujeira da pá no tanque em vez do lixo. Ops. Já quebrei copo, derrubei um pote de azeitona e cortei o pé, derrubei prato na hora de secar e ontem levei um tombo no banheiro enquanto estava dando banho nas meninas que me deu um susto, mas só machuquei o joelho. Aleluia! Minha mãe diz que é cansaço, talvez, eu digo: gravidices! Ah, sim, troquei as meninas pela primeira vez! Vesti Maria de Isabella e Isabella de Maria e demorei uns 10 minutos para perceber que estava chamando uma de outra e vice-versa. Como pode?

Também comecei a sentir minhas primeiras contrações de treinamento. Sim, descobri o que é isso agora. Só agora. Como ninguém me explicou isso na primeira gravidez? Sempre quando eu sentia a barriga ficar dura com elas, ligava pra minha médica e ela me chamava no consultório para examinar, mandava repouso e etc. E eu me sentia muito insegura. Agora, sei que é normal e até gosto, quer dizer que meu corpo está se preparando bem pro parto. E não sinto mais do que quatro por dia, bem esporadicamente, o que é super normal para a segunda gravidez. Cansaço, tô te sentindo, amigo! Outro dia fui andando com as meninas nos Correios, ou seja, empurrando elas no carrinho e fiquei exausta! Fomos num evento ao ar livre no fim de semana e dá-lhe pés inchados. Mas ainda sim, bem de boa quando comparado à um gravidez gemelar, ainda que ter duas meninas para cuidar aumente bem os incômodos.

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Barriguinha de um, eu sempre quis saber como era ;)

Pensamos em nomes, muitos nomes. Pra mim, essa é a parte mais difícil do processo de ter filho. Sério. Dar um nome para um ser. Queria tanto ser daquelas pessoas que já sabem o nome antes mesmo de ficar grávida, mas não sou. Temos um par de nomes para menino e outro para menina que mudam a cada mês. Mas, acho que estamos chegando lá. E, é claro, só vamos decidir depois de olhar pra cara dele ou dela e suspirar de amores. 

E tem a coisa do enxoval do bebê que muita gente tem me perguntado. Vou fazer um post sobre como fazer um enxoval unissex, porque tem sido até uma parte divertida, mas por enquanto acho que já tenho tudo para os primeiros meses. Só faltam alguns detalhes como toalhas e as mantas, que eu e minha mãe vamos fazer, é claro. E tem o quarto. Que está em processo de formatação há mais de um mês porque tive que desfazer meu escritório para ele poder ser feito e produzido. Neste fim de semana, meu super pai veio aqui e pintou uma das paredes e tentamos colocar algumas coisas em ordem. No meio tempo estou tentando arrumar o resto da casa e fazer algumas mudanças no quarto das meninas. Arrumar a casa parece não ter fim. Aguardem!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Darth Vader X Mickey

Estou há dias com este post na cabeça e agora está na hora de escrever. E não consigo pensar em outra coisa a não ser: o caminho do meio. No fim da escola e começo da faculdade, eu era a menina que adorava ler sobre a revolução cubana, mas morria de vontade de ir pros EUA e morar lá. Então, adorava todas aquelas ideais de esquerda, mas consumismo era aquela coisa linda. Nunca me senti parte de nenhum grupo. Na minha infância vivi em muitas cidades pelo interior do Brasil e tinha aquela coisa e morar em vila, brincar com os vizinhos, subir em árvores, etc. Fui no cinema pela primeira vez com 10 anos ver Lua de Cristal (aquele mesmo com a Xuxa), não porque meus pais não queriam que eu fosse antes, mas porque foi quando finalmente abriu um cinema na cidade. Mas assistia muita televisão e filme em casa. Se comer jabuticaba no pé era uma delícia, uma das minhas memórias de infância era passar no Bob's uma vez por ano nas nossas viagens de férias na serra que ligava o Rio até Resende, cidade onde minha avó morava e onde eu nasci. Mas, onde vamos com isso? Bem, até aqui. Com as meninas crescendo eu fico pensando até onde vai o consumismo nesse mundo moderno em que vivemos. Que caminho do meio é esse que elas podem seguir em um mundo onde acessibilidade é mais fácil que jogar bola na esquina, onde galinhas pintadinhas azuis estão por toda parte e onde os pais que cresceram com uma vontade enorme de ir pra Disney com 15 anos (o que inclui euzinha aqui, que nunca fui, aliás) agora tem dinheiro para realizar esse sonho quantas vezes quiserem em uma vida toda.

Sem título Bella e Maria

As meninas estão quase com dois anos e eu sinto que elas se interessam cada vez mais por coisas. Sim, coisas. Objetos, pessoas, coisas que antes na vida de bebê delas passava batido, mas agora chama a atenção. Entre elas, a televisão. Eu já falei aqui que não acho legal ou necessário que um bebê assista TV, DVD ou vídeo na internet e é um assunto que sempre dá polêmica (aqui ou no instagram @familiamoderna), mas eu sempre pensei que o tempo gasto vendo desenho era um tempo perdido, em que elas podiam estar brincando e desenvolvendo a coordenação motora, a comunicação, em especial. etc, etc. Por isso, aqui nunca rolou, mas não, não criei minhas filhas numa bolha, blá, blá, blá. Eu assistia TV na frente delas, elas adoravam a música de abertura de Big Bang Theory, por exemplo, paravam pra ver e depois já voltavam a brincar. Mas, há uns meses, comecei a deixar as duas verem alguns videos na internet. Primeiro de músicas que a gente gostava, depois de músicas voltadas pra crianças. E há uns dois meses, comecei a mostrar alguns desenhos na TV e elas ficaram, de fato, interessadas. Nesse tempo todo, eu usei meu filtro de mãe, nada de desenhos bilíngues, coisas complexas, etc. E, ainda sim, assistimos pouquíssima TV, e eu sempre junto das duas.

Aí outro dia estava na casa da minha mãe e ela colocou na tal da Casa do Mickey Mouse, como elas têm uma Minnie e um brinquedo de encaixe com os personagens, reconheceram na hora. E quando acabou ficaram pedindo mais! Apontando pro controle e etc. O quê? Olha, eu quebrando a cara aí. Sim, acho bonitinho que elas tenha identificado o Mickey e mostrado interesse em alguma coisa, mas até que ponto a gente deve incentivar isso? Vamos comprar tudo do Mickey, fazer a festa de aniversário do tema, comprar roupa, pijama, biquíni, maçã do Mickey mostrar o desenho de novo, de novo e de novo? Todas as coisas que são quase instintivas para os pais nos dias de hoje. E não vejo problema nenhum elas se identificarem com uma animação, personagem, Mas meu instinto diz outra coisa: bora encontrar o equilíbrio no meio dessa coisa toda? Nem totalmente sem, nem tanto? Caminho do meio, minha gente. Elas sabem que é a Branca de Neve e a Cinderella, ganharam bonecas, tem os livros, mas não é só isso que elas brincam e nem existe uma obsessão por trás. Acho que também isso depende muito dos pais e dos gostos dos pais, por isso voltamos de novo: caminho do meio.

Sem título Sim, a gente sai na rua de pijama, aliás

E como a maternidade é cheia de contradições, entra o Darth Vader nessa história. Meu marido é fã de Star Wars. Então, achei um livrinho infantil, em inglês porque não tem edição em português, que brinca com a coisa do Darth Vader ser o pai do Luke e da Leia. É esse aqui.

Sem título
Comprei no Ebay :)

As meninas amaram o livro (acho que muito por influência nossa) e eu lia pra elas com a minha interpretação, não como estava no livro. Depois ganharam outro livro do Star Wars e sempre apontavam pro "Dati Veider". Aí a gente foi no mercado e tinha um boneco do homem vestido de preto que a gente colocou no carrinho para dar de presente de Natal pro nosso sobrinho, mas foi aquela coisa "Dati Veider, Dati Veider, Dati Veider" e a gente acabou comprando pra elas mesmo. E ele faz sucesso desde então. Veja bem. Darth Vader é um vilão na história (calma, é isso mesmo que você lembrava), mas pra elas não, e é a gente incentiva que elas brinquem com ele. Não deixa de ser um personagem comercial, não deixa de ser um consumismo. Pensamos em fazer a festa delas de Star Wars, inclusive. Mas existe uma diferença aí: controle. Primeiro, Darth Vader não está por todas as partes, não tem desenho, aparece de vez em quando em uma festa ou brinquedo de um primo/tio mais velho. E é um personagem criado por nós. O Darth Vader pai da Leia e do Luke.

O fato é que sempre temos que procurar um caminho do meio. Não ficar alheio ao que acontece ao nosso redor, o que faz parte da nossa cultura e coisas que talvez a gente não goste, mas nossos filhos vão ter contato eventualmente. E qual direção você quer guiá-lo, porque sim, essa é nossa responsabilidade. Ensinar, incentivar a escolha é nossa responsabilidade e não da escola, do amigo, do desenho, da história. Ainda acho cedo, por exemplo, pras meninas verem filmes da Disney, por exemplo, ainda que eu tenha meus favoritos (Mulan, é o meu favorito de todos os tempos, aliás). Primeiro porque elas não vão entender, segundo porque acho muito complexo. Não estou falando que minhas ideias são certas e quem gosta da Galinha Pintadinha, por exemplo, é errado. Só acho que é preciso equilíbrio, compartilhando o que está dando certo pra gente e ainda sim tentando aprender. Acho que tudo tem seu tempo e como eu me agarro a ele, como eu quero que minhas meninas sejam apenas meninas, que gostem de ler seus livros, brincar na rua, descobrir parquinhos e falar pelos cotovelos. E, sim, que vivam num mundo de fantasia também, afinal sonhar faz parte da vida.

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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Indiretas do bem

Hoje fui fazer mais um ultrassom para ver bebê número 3. Antes mesmo de começar a médica já foi falando: "não mudou de ideia sobre não saber o sexo, não?". E durante o resto do exame ela ficou me jogando indiretas sobre o sexo do bebê. Pode produção? Pode? Na hora em que ela foi medir o fêmur fechei o olho, tudo direitinho. Ela fez umas piadas e quando acabou o exame me deu uma impressão do perfil como um agradinho, mas sem antes fazer uma brincadeira: "tá aqui a foto da genitália, hahahaha". Pode? Pode?

Ok, bebê tá lindo, ótimo, coisa fofa ver um ser só mexendo dentro do útero e enxergar detalhes que pareciam impossíveis na gravidez das meninas. Mas quando cheguei no estacionamento fiquei super irritada com a médica porque lembrei das coisas que ela tinha me falado e das pistas que ela tinha "jogado no ar". Na mesma hora liguei pro Marco e ele já falou: "ah, então deixa, amor. Vamos ver isso logo e fica todo mundo feliz (a.k.a a nossa família). A sociedade venceu". O quê? A sociedade não pode vencer, minha gente! Fiquei com uma raiva enorme naquele momento. Enorme!

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Se primeiro fiquei irritada, depois fiquei bem chateada. Conversei com uma amiga que passou pelo processo, mas o sentimento de desânimo se instalou. Fiquei triste por não poder conseguir fazer o que eu estava sonhando com essa gravidez. Eu sei que isso é ser mãe, um constante aprendizado de não ter o controle, mas me senti meio derrotada, coloquei a culpa em mim também por projetar essas coisas e por ter deixado essa "pressão da sociedade" me afetar. Passei o resto da tarde, triste, sem paciência com as meninas, chorando de vez em quando. Mas, quando o Marco chegou, conversamos e veio aquela sensação de alívio no peito.

Primeiro, independente dessas indiretas da médica, vamos continuar no mesmo caminho. Saber o sexo do bebê, ou não, não é o mais importante, apenas o bebê e ponto. Que, aliás, foi nosso objetivo desde sempre, aproveitar a jornada, não criar expectativas, deixar o desconhecido acontecer. Mas eu me incomodei tanto com essa pressão "menino ou menina", "por que tem que ser tão difícil pra gente fazer alguma coisa diferente" e etc, que acabei me deixando levar e talvez tenha levado muito a sério essas indiretas da médica. Talvez tenham sido apenas expressões, uma forma de brincar, me provocar, que eu acabei pegando pra mim. E, ok, vamos parar de dar tanta importância para algo tão simples, perto do grande quadro. Porque o que importa, amigas grávidas, é sempre o que vem depois do nascimento. É todo uma vida que vai nascer e se desenvolver diante dos seus olhos, não importa se você quis fazer um exame de sangue para saber o que você está esperando, se fez um enxoval completo ou não. Não há como esperar  ou se preparar pelo que vai acontecer quando você tiver seu bebê nos braços, a vida, simplesmente, acontece.

Por isso, vamos continuar na surpresa, no mistério, nada de indiretas ou diretas no próximo exame. Afinal, essas são as escolhas que fizemos pra nós, a direção que queremos seguir e a forma que queremos receber esse bebê na nossa família. E tudo bem. Revelações em um final de fevereiro ou começo de março bem pertinho da gente.