sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Contagem materna: 32 semanas

Enfim, a calma. Entramos no 8° mês de gestação e devo dizer que estou bem tranquila. É claro que, às vezes, me olho no espelho e acho a barriga baixa demais. Sinto alguma cólica e penso duas vezes antes de chegar a conclusão que são apenas gases. O desconforto continua, mas, como aprendi durante essas semanas todas de gravidez, tudo é uma questão de se acostumar com o atual estado. No quadro geral, parece que meu coração conseguiu ficar mais quieto. Agora é só esperar, esperar e torcer para elas nascerem no fim de janeiro.

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Bonequinhas que eu comprei na Etsy (melhor loja da internet de todos os tempos) para enfeitar o quarto das meninas!

A minha rotina é bem simples. Quase não saio mais de casa, as exceções são as visitas aos médicos e uma eventual ida ao salão (porque mesmo com essa barriga, é preciso cuidar de si, né?). Minha médica está de férias e só temos consulta dia 5, estou contando os dias, onde já se viu ter saudades da obstetra? Mas, acontece. Tá, confesso que esta semana dei uma passada rápida no shopping para conferir a promoção da Zara, mas não aguentei muito tempo lá não. Comprei umas coisinhas para as meninas e saí.

Minha mãe tem sido a minha babá constante! Me sinto uma sortuda por tê-la aqui. Ou ela vem para a minha casa ou eu vou para a casa dela, e depois o Marco me busca na saída do trabalho. Ela faz tudo e tá até promovendo uma organização na minha casa. Tem coisa melhor? Espero poder fazer o mesmo para as minhas filhas algum dia e por ela sempre! Por causa dela e do meu pai, o quarto das menias já está praticamente pronto, a mala da maternidade também e faltam poucas roupinhas para lavar.

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É roupa demais! Estou louca para enfeitar as meninas!

A barriga continua a crescer. Tenho umas dores de veado, de vez em quando, e ela pesa bastante. Mas, aquela coisa, já me acostumei. Para quem está grávida de gêmeos, fica a dica: invista nas calcinhas de gestante que tem apoio para a barriga. Nem as enormes que eu comprei, estão me servido mais. E o apoio é essencial quando o negócio pesa.

Tenho aprendido muitas crendices sobre estes momentos finais da gravidez com a minha mãe e, como ela mesma diz, não custa nada acreditar na tradição. Veja alguns:

- A mulher incha (monstruosamente) três vezes antes de entrar em trabalho de parto. Comigo já aconteceu uma vez na semana passada, fiquei com o pé em formato de bola. E olha, que o inchaço não me pegou na gravidez não, quase não aconteceu, é mais agora no final mesmo. Então, ainda precisamos inchar mais duas vezes! Uhu!

- Contagem da lua. Não sei se funciona com gêmeos, mas "não custa nada acreditar na tradição". O cálculo é o seguinte: você olha no calendário lunar a data da sua última menstruação e conta 10 dias. Veja a lua que estiver vigente dentro desses dias e comece a contar 9 luas assim que outra igual aparecer no calendário. No meu caso foi a minguante. Vai ter virada de lua no dia 01 (sim, depois de amanhã!) e no dia 30 de janeiro. Tudo indica que eu vou conseguir chegar até o fim do mês. Será?

- A barriga abaixa três dedos até o parto. A minha está com um dedo e meio. O meu umbigo já mudou de posição, então fico com medinho. Confesso, que fico medindo a altura da barriga todo dia! Afe!

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Ok, esse medida não vale. Estou praticamente empurrando a barriga!

- Na hora de lavar a roupa dos bebês nada de torcer para secar, se não o bebê vai ter cólica! Essa é um crendice da minha avó e que a minha mãe resolveu não contrariar. Haja roupinha pingando no varal! Vamos ver se dá certo.

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*Sobre a lavagem das roupinhas: estou usando o sabão neutro líquido da Olá, é fácil achar nos supermercados. As toalhas, fraldas de pano, os lençois e as milhões de mantinhas que as meninas têm lavei na máquina no modo delicado/bebê. As roupinhas a minha mãe tá lavando na mão mesmo. Mas não precisa esfregar, minha gente! E, como foi dito, torcer nem pensar! É melhor prevenir do que remediar, né?

E vocês? Alguma outra dica para o final da gravidez? Já conheciam algumas dessas crendices? Depois volto aqui para contar como foi no nosso Ano-Novo em pleno repouso! Feliz 2012 para todos!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Retrospectiva de 2011 da família moderna

Como você vai se lembrar de 2011? Para nós, é claro, foi um ano que mudou completamente as nossas vidas e traçou um novo caminho tanto para mim, quanto para o Marco. Sim, deixamos de ser um casal de recém-casados e nós tornamos futuros pais de duas meninas! Decidimos tentar ter um filho em maio e um mês e meio depois estava grávida, mais umas semanas e dscobrimos que teríamos gêmeos. Foi a melhor surpresa da minha vida e eu sinto que estive grávida durantes todos os meses do ano, mas vamos por partes.

Pra mim, foi um ano de pura mudança, além de toda a questão de maternidade. Tive estabilidade no trabalho, mas questionei muito meu lado profissional e acho que como qualquer pessoa da minha idade, ainda continuo com a mente cheio de perguntas, mas sem o desespero dos 20 e poucos anos. COnsegui completar uma corrida de 5km, conheci gente interessante, fiz bons textos e outros nem tanto, viajei para dois lugares maravilhosos, arrumei minha casa e consegui perceber quem são os amigos verdadeiros. Apesar de todos os aprendizados, sinto que cada dia é diferente e aprendo mais um pouco.

Em 2011:

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Passeamos na seca do cerrado

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Trabalhamos no dia 01 de janeiro para a posse da dona Dilma. Olha a nossa cara de final do dia fazendo pose do lado do carro oficial

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Fizemos festas!

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Teve o carnaval com as crianças

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Eu vi e escrevi sobre Michelle Obama!

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Fiz a divertida cobertura do casamento real

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Brinquei com o Lucca!

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Entrei de cabeça no Mar Mediterrâneo

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Dei um pulo na Sicília e recebi as bençãos de San Giorgio

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Desfilei uma modesta barriguinha em agosto, sem desconfiar do que viria pela frente!

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Repensei tudo e pensei mais uma vez

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Tive o apoio de uma grande amiga

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E consegui rever outra grande amiga!

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Meu irmão casou e eu ganhei uma nova família!

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Dei um pulo em Salvador

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Me diverti muito

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E ganhei uma barriga crescente!

Foi um ano em que aprendi a ser menos intolerante com a opinião contrária dos outros, tentei ver o outro lado (ô coisa difícil), a ser um pouco menos impulsiva com as palavras e a ficar quieta em certos momentos. Eu sou conhecida por se aquela amiga sincera, sabe? Que diz o que tem que ser dito, então descobri que um ombro amigo, às vezes, faz muito mais efeito do que palavras sinceras.

Fiz 30 anos! Sim, sou uma velha! Graças a Deus! Me sinto em uma nova fase. Sou menos impulsiva, talvez arrisque um pouco menos que antes, mas não tenho tanta pressa de chegar lá. Estou consciente de que nem tudo precisa ser para ontem e os planos mudam. Nada é definitivo.

Espero que 2012 seja um ano de colocar os sonhos em prática e viver novas aventuras. Não vejo a hora de mudar tudo de novo, fazer novos planos e correr outros riscos. E é claro, viver ao lado da nossa pequena família e curtir a responsabilidade de criar dois seres prontos para descobrir o mundo. Obrigada a todos que passam por aqui, deixam comentários, me mandam e-mails ou respondem os meus, vocês também fazem parte de toda a transformação. Que o ano de todos seja iluminado, cheio de boas histórias e muitas lembranças!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Contagem materna: 31 semanas

Cada semana, cada dia que passa, tudo parece uma contagem regressiva. Estamos bem! Fiz um ultrassom hoje e as meninas estão com mais de 1,5kg cada! Estou com 3 kg de bebê dentro de mim! Uma delas virou de novo e agora está com a cabeça para cima, mas já já ela volta para o lugar, tenho certeza. Quando se espera gêmeos, o exame é cada vez menos estético e mais sobre as medidas e o fluxo dentro do útero. Não conseguimos nem ver a carinha delas! O espaço lá dentro tá bem apertado.

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Esquece a cara de doida, olhem para a barriga. Prometo fotos melhores depois.

Estou mais animada e acho que mais acostumada com o peso e o modo "repouso". O quarto das meninas começa a tomar forma e, com a ajuda dos meus pais, quase tudo está pronto. Já começamos a lavar as roupinhas. E nesta semana, consegui resolver a questão do INSS. Rezei tanto que deu certo! Fé é tudo na vida. Apelei para o meu atual estado gravidíssimo, contei com a ajuda e a boa vontade dos funcionários de lá, fiquei três horas e meia esperando a médica e fiz a perícia. Foi como se eu tivesse tirado um peso de 30kg das costas. Agora é só esperar e curtir a pausa. Estou louca que chegue o Natal e o Ano-novo! E vamos que vamos!

Consegui fazer um vídeo sobre a louca movimentação que acontece aqui na minha barriga. É muito surreal. Chega minha mãe ficou assustada! Eu já me acostumei com a loucura e o mundo bizarro de ter duas pessoas se mexendo dentro de mim. Estou achando que esse foi o momento que uma das bebês virou! Divirtam-se com as aventuras das meninas lindas e monstrinhas:



*vamos abstrair meus comentários de doida.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quantas fraldas dois bebês precisam mesmo?

No ritmo de preparação para a chegada das meninas, resolvi comprar alguns pacotes de fralda para recém-nascidos. A dúvida era: quantas levar para casa? Depois eu comecei a pensar mais um pouquinho e a me questionar: será que eu tenho fralda P suficiente? Eu lembrava que tinha ganhado bastante no chá de bebê, mas será que era a quantidade ideal? Precisamos correr para o supermercado mais perto?

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Armário das meninas

Fui no santo google novamente e refiz as contas para saber se o número de fraldas da família moderna batia com o indicado. Primeiro, foi díficil achar fonte segura. O cálculo, segunda as pesquisas internéticas da vida, é de 8 a 10 fraldas por dia, nos primeiros dois meses de vida.

Então, vamos fazer as contas de quantas fraldas um bebê pode precisar

Até 2 meses - 240 fraldas por mês - total: 480 fraldas tamanho P

De 3 a 8 meses - 180 fraldas por mês - total: 1080 fraldas tamanho M

De 9 a 18 meses - 150 fraldas por mês - total: 1500 fraldas tamanho G

Achei essa tabela aqui

Com gêmeos o cálculo é o seguinte:

Tamanho P: 840 fraldas
Duração: 2 meses
Temos até mais! Olha que maravilha! São 940. Fiz um estoque no armário e elas já ocuparam todo o espaço. E, sim, como mãe de primeira viagem comprei umas 100 de recém-nascido porque não sei qual deve ser o tamanho das meninas. Sobrou? Doa-se.

Tamanho M: 2160 fraldas
Duração: 5 meses
Ganhamos bastante também. Acho que devemos ter cerca de 1000, quase a metade. Uma maravilha! Por falta de espaço no nosso apartamentos, estão todas estocadas na casa da minha mãe. Obrigada amigos pelos presentes de fralda! Eles ajudam e muito!

Tamanho G: 3000 fraldas
Duração: 9 meses
Devo ter dois pacotes, mas não precisamos nos adiantar tanto, não é minha gente? Até lá a gente corre atrás das promoções. E começamos o treino para tirar a fralda das meninas.

Um total exato de 6 mil fraldas! Que loucura! Nem pense em perguntar: "mas, e o custo de tudo isso?" Não vamos fazer contas, faz mal à saúde. Confesso que antes de saber que ia ter dois bebês estava super interessada nas fraldas ecolôgicas e já tinha procurado muito sobre o assunto. Acho que vale a pena, especialmente do lado financeiro. Mas, com duas desisti. E vocês? Tiveram dilemas em relação à fralda?

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A inconstância de um ser grávido

Parece cronometrado. Eu tenho dias bons e dias ruins. Na ordem certa, um sim e um não. Achei que ia ser fácil esses últimos meses, afinal, tudo que eu tenho que fazer é ficar de repouso, certo? Errado. Minha última pedra no sapato é o INSS. Ok, agora eu entedi o trauma de ter que pedir o apoio do governo quando você precisa se afastar do trabalho. A gente é mal atendido, não recebe informação suficiente e ainda fica um mês sem receber o salário. Que maravilha. Ontem passei o dia chorando por causa disso. Hoje cansei.

Eles marcaram a minha perícia para o dia 20 de janeiro. Tentei argumentar que até lá eu provavelmente vou ter parido e qual vai ser o objetivo da perícia? É bem provável que eu perca meu salário de janeiro e nunca mais o veja. A gente contribui horrores e o que recebe em troca? Nem me fale. Sem contar que eu só recebo o salário diminuído se a perícia for feita. Então, contas de janeiro, aguardem e confiem, uma hora vocês devem ser pagas. Resumindo o drama: vou lá na sede do Setor Bancário Norte com meu pai agora à tarde tentar resolver.

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A bola está estourando!

Não quero nem comentar sobre a dificuldade de fazer um ultrassom quando é necessário, mas não é emergencial (porque esse a gente paga do bolso e fica tudo bem). Meu médico especialista em avaliação fetal que era maravilhoso, se transformou em um chato. Acontece, né? Ema, ema, ema, cada um com seus problema. Passei a semana inteira ligando para o consultório e nada! Liguei para o celular do médico, ele me antendeu uma vez e nunca mais. Tentei em outras clínicas, e claro, não tinha horário. Uma ultrassom de gêmeos pega dois horários e quando tem doppler no meio, são quatro. Ninguém quer fazer, né? Descartei o doppler e mesmo assim, nada. O mais fácil seria tentar no meu já que estou fazendo o pré-natal lá desde sempre, certo? Errado.

Desculpe pelo desabafo, pessoal. Mas é isso que está acontecendo agora. É claro que nem tudo é tão ruim e horroso quanto parece (ah, os exageros da gravidez), porém é assim que eu me sinto. E imagino que outras grávidas devem passar o mesmo. É um mix de estresse, com ansiedade e felicidade pura pela maternidade.

Se eu não tivesse a minha mãe me ajudando a organizar todas as coisas de casa e do enxoval das meninas provavelmente estaria louca. Enquanto isso, o marido continuar a falar no meu ouvido, como ele sempre fez; "Vai dar tudo certo". E eu acredito, acredito mesmo.

Update: Fui muito bem atendida no INSS, apesar de todo mundo estar brigando com alguém, nunca vi. Enfim, agora dependo da boa vontade de duas funcionárias que prometeram tentar uma vaga pra mim antes, já que meu caso é de gravidez. Vamos torcer!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Contagem materna: 30 semanas

Vamos direto para as notícias do fronte, minha gente! Estamos bem. As meninas estão super felizes na barriga, segundo a própria médica, coraçõezinhos batendo a mil e não param de mexer. A cada hora eu recebo um chute ou soco super forte que avança na pele e me dá cada susto! Preciso muito filmar isso! A nossa família está em clima de ansiedade pura e no modo "vamos resolver tudo" para a chegada delas.

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Barriga pesada! Quem vai sentir falta? Eu!

Eu tenho controlado bem a minha vontade de ver a carinha das meninas e, às vezes, cai a ficha de que terei duas bebês de verdade (ow!) nos meus braços em breve. Ainda não imagino isso. Por enquanto, elas são seres tão bem protegidos aqui dentro e parecem que ainda vão demorar para ver o mundo. Acho que é a minha concentração para mantê-las aqui até o final de janeiro. Pode parecer estranho, mas ainda não me imagino elas recém-nascidas.

Tenho acordado de duas em duas horas durante a noite e isso não me incomoda. Parece que já é uma preparação. Exceto que agora eu levanto, faço xixi e volto a deitar de novo. Coisa que não deve acontecer depois, né? O que eu percebo é que cada dia é um dia. Tudo é diferente. Às vezes, tô super animada e em outras ocasiões mal-humorada. Mas, quanto mais a gente resolve as coisas, melhor me sinto.

Confesso que fiquei um pouco deprimida depois da internação e estava muito abatida na semana passada. Mas as coisas foram melhorando e, aos poucos, eu consegui trazer o ânimo de volta. Me sentia desconfortável, queria terminar de fazer todas as coisas da minha lista e não ficar deitada o tempo todo, chorei bastante e para piorar era, me sentia culpada por me sentir tudo isso e não pensar no que era melhor para as minhas filhas.

Fiquei sem saco com a internet e a vida em geral. Queria ficar quietinha. Parei de me arrumar um pouco e fazer qualquer coisa. Mas com a ajuda do marido e dos meus pais (essenciais nessa jornada), as coisas começaram a entrar no eixo e agora estamos em um novo ritmo e resolvendo o que tem que ser feito, sem aperto no peito, sem deixar se abater, e sem (muito) estresse.

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A espera continua firme e forte

Percebi que eu não posso resolver tudo e, por isso, preciso contar com ajudantes. Repouso é meu novo sobrenome e estou conseguindo descansar. Entre as novidades: entrei no INSS no trabalho e agora preciso resolver isso, estou na luta para marcar um ultrassom na semana anterior ao Natal e emagreci 1 kg (nem achei ruim) graças ao refluxo e ao que eu chamo de "pequeno estômago", não consigo comer como antes, as comidas não tem o mesmo gosto, o mesmo apelo, não cabem mais. Isso, é um saco, mas tudo tem seu lado positivo.

A médica fez um exame de toque ontem e uma das meninas já está com a cabeça bem baixa, mas o meu colo do útero é grosso e forte, palavras da doutora! Olha que maravilha! Por isso, nada de grandes esforços e pernas para cima! Conto com três maravilhosos ajudantes (mãe, pai e Marco) que estão sempre comigo e estão resolvendo as últimas coisas do enxoval. E estou trabalhando na dose da paciência para chegar até o fim de janeiro, amém! Aguardem as cenas dos próximos capítulos.

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Estamos fazendo a bainha de todas as fraldas de pano! Todas! São 15 no total. Dá um certo trabalho, mas acho que super vale a pena. Eu alinhavo o inviés e a minha mãe passa na máquina depois. Fica caprichoso e super menina.

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Artes da minha mãe para esperar as netas

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Marco passando a lixa no baú antigo para colocar no quarto das filhas

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E depois pintando com tinta spray

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Alarme falso

Acordei domingo de madrugada me sentindo estranha. Isso nunca é bom sinal. A barriga estava pesada embaixo e eu estava cheia de pesadelos. Por volta das seis e meia da manhã, não consegui dormir mais. Uma hora depois levantei para fazer meu suco de couve porque achei que poderia estar com gases, por isso aquela cólica me incomodava. Mas depois comecei a reparar que a barriga ficava dura. Fiz panquecas, sentei para comer e falei pro Marco que acabava de acordar, o que eu não queria admitir: "acho que eu estou tendo contrações". Comecei a medir aquela cólica, não doía quase nada, durava uns dez segundos, mas estava vindo de uns dez em dez minutos. Chorei um pouquinho, mas mantive a calma. Liguei pra médica. "Vai já pro hospital e leva a sua mala que eu vou te internar".

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Comecei a arrumar a mala e não sabia o que colocar dentro. Não tinha comprado nenhuma camisola ou coisa do tipo que se leva para a maternidade. "E a mala das meninas, Dra?". A resposta da médica foi direta. "Não precisa porque nada vai servir mesmo". Deixei minha mala de lado, vamos sem nada mesmo. Entrei em um estado de calma enquanto o Marco dirigia para o hospital. Liguei para a minha mãe e o jeito era esperar.

Fui atendida super rápido pela plantonista que falou com a minha médica no telefone antes de me examinar. Colo do útero fechado, coração das meninas batendo forte, ufa! Estava tudo bem. Mas a médica estava indo para o hospital decidida a me deixar por lá. Tomei soro com buscopan enquanto esperava. Quando ela chegou resolveu me deixar em observação por uma noite. No dia anterior tinha tomado uma injeção de corticoide para ajudar na formação do pulmão das meninas e isso pode ter dado alguma reação. E agora precisava de uma outra. Então, não tinha jeito. Era melhor pra mim e especialmente para elas.

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Levei um susto, é claro, mas continuamos confiantes. Voltamos para casa na segunda-feira à noite. Não senti mais nada depois, agora só sinto a barriga bem grande. As meninas estão se movimentando mais embaixo, o que é um ótimo sinal e estou com super hiper gases. Estou tomando uns remédios que me deixam super dopada durante o dia, relaxantes para o útero. E essa talvez seja uma estratégia da médica para me deixar quieta. E ela tem razão. Eu não paro quieta e minha cabeça está sempre a mil. Nada mais de sair por aí para fazer compras ou passear, e ficar pensando nas mihões de coisas para fazer. A ordem agora é repouso e repouso. E vou contar com ajudantes para organizar os últimos detalhes.

Não há nada mais que eu queira do que voltar para a maternidade, poder ter as meninas no quatro e cuidar delas assim que chegarem no mundo. A experiência de ficar no hospital me deixou mais ansiosa, mas ao mesmo tempo mais positiva para que tudo dê certo. Fizemos uma espécie de estágio na maternidade. Já conhecemos tudo por lá e o Marco foi até fazer um tour pela UTI Neonatal. De madrugada, escutamos o chorinho do bebê no quarto vizinho e foi lindo. Agora, oficialmente, estamos contando os dias para ver a carinha da nossa dupla.

Ainda estamos esperando as meninas para o fim de janeiro e elas vão ficar bem aqui na barriga. Acredito muito nisso. E espero que todos vocês continuem com pensamento positivo junto com a gente.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um passo de cada vez

Estava procurando umas fotos dos meus avós para colocar no quatro das meninas e achei meu certificado da maternidade. Tinha até esquecido dele. Meu pai me deu este papel amarelo com meu pequeno pé impresso com outros documentos quando eu saí de casa e me casei. E ele ficou ali escondido. Foi tão engraçado encontrá-lo de novo e agora ler todas informações de forma diferente, com outros olhos.

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Há 30 anos, meu pai e minha mãe correram para o Hospital da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, na madrugada, depois que a bolsa dela estourou. Foi um longo trabalho de parto, sem dilatação e eu cheguei de cesária! Na verdade, eu nasci ali por acidente. Meu pai é militar (deu para perceber) e eles moravam em Natal. Porém, ele ficou com tuberculose enquanto a minha mãe estava grávida e existia um hospital em Itatiaia. A minha mãe ficou na casa da mãe dela em Resende e eu segui a tradição da família de nascer naquela pequena cidade perto da Via Dutra.

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Olha só! Minha mãe estava com 39 semanas. Eu nasci com 3.9kg e 51 cm.

E as dicas de antigamente? Dar água entre as mamadas? Não existe mais e pode tirar o bebê da amamentação. Merthiolate no umbigo? Também acho que não se usa.

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Daqui a pouco é a vez das meninas receberem o "diploma". A ansiedade está batendo e estou tentando me manter calma no meio da confusão. O segredo é um passo de cada vez. Tem muito palpite e ruído cercando a gente, e o negócio é ter paciência. Hoje até me perguntaram: "Gêmeos? E quando você vai tirar?" Oi? Eu não vou tirar ninguém, elas é que vão sair! Não aguento mais perguntas tipo: "e você acha que vai até quando?". Eu levo tudo numa boa, sei que as pessoas não falam por mal, faz parte do bláblá, mas, às vezes, irrita.

Outra coisa: nunca vi tanta gente ter medo de dois bebês! A palavra "gêmeos" parece que desperta um alerta vermelho em algumas pessoas. Sim, vai dar trabalho e muito. Mas será que eu estou sendo muito ingênua? São dois bebês, e isso, pra mim, é sinônimo da mais pura felicidade que eu esperando descobrir nos próximos meses. Enquanto isso, aproveitamos a jornada e crescemos junto com ela.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Contagem materna: 28 semanas, ou seja, 7 meses

A barriga tá enorme, é oficial! Chegamos no sétimo mês e está tudo ótimo com as meninas. Com a mãe aqui, é aquela coisa, estou bem, bem desconfortável. Me sinto pesada e tenho dores nas pernas e nos glúteos. Dirigir tá difícil, dormir não é mais tão legal. Cada noite é uma aventura. Hoje, por exemplo, acordei quatro vezes para ir no banheirog. Geralmente, levanto de uma em uma hora. E é aquele processo, vira, apoio o punho fechada, levante delado. Às vezes, acordo uma vez só, mas depois não consigo dormir. E tem o refluxo da madrugada. Acordo com uma sensação estranha na garganta e o jeito é dormir sentada. Mas já consegui reverter este problema cortando comidas pesadas à noite. Assim espero.

Estou trabalhando de casa ( que Deus proteja minha chefe!), o que tem facilitado muito a minha vida. Estou tomando progesterona duas vezes por dia para tentar controlar as dores no quadril e o bichinho dá um sono louco. Geralmente, umas 10h, depois do almoço e umas 17h da tarde e 19h. Parece até que eu vou desmaiar de tanto sono. É horrível e nada melhor do que uma cama. Mas já estou me acostumando. No fim de semana, fiquei um pouco chateada por estar desconfortável, mas já passou. Faz parte e tudo vale muito a pena. Por isso, vamos as boas notícias:

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Foto de algumas semanas atrás, barriga já tá maior

Fizemos um ultrassom hoje e as meninas estão com 1kg cada! Uma diferença de 20g só de uma para outra, o que é ótimo em caso de bebês que dividem a placenta. Desde cedo elas já estão aprendendo a compartilhar. O número de exames deve aumentar nesta fase, só para a gente checar que as duas estão recebendo a mesma quantidade de sangue e alimentação. Mas a fase de mais risco já passou. Mas a melhor notícia, que alegrou meu dia foi outra. As duas estão viradinhas, com a cabeça para baixo! Antes, elas estavam de lados opostos, agora estão indo na mesma direção! Amei! Isso quer dizer que as chances de parto normal são maravilhosas! Rezei muito para que elas ficassem na posição certa e parece que elas escutaram a mãe! É claro que elas ainda podem virar até o final, mas só de saber que houve um bom movimento aqui dentro fico feliz!

Fiquei tão contente que me livrei de todo e qualquer pensamento negativo hoje! Só coisas boas, aliás, estou super feliz com os comentários de todas aqui no blog! Obrigada, gente! Achei que a família Sabadini Stracquadanio precisava de um pequeno agrado, então resolvi assar um bolo de chocolate! Nós quatro merecemos. Como só tinha 2 ovos na geladeira, resolvi procurar uma receita boa e fácil. Fui lá no blog Quitandoca, da querida Glau Macedo, e encontrei! E era o mesmo bolo que já tinha passado na minha vida há um tempo atrás, quando fiz uma matéria com ela para o jornal sobre como fazer bolos perfeitos. Pense em um bolo fácil e bom! E a receita é de família.

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Segui as instruções certinhas, só adocionei umas gotas de chocolate belga para dar o toque final. Para ver o passo a passo clique aqui ou aqui. Ah, o bolo é sem leite, então se você não tiver isso na geladeira também, se joga! Comi quente e tudo! Delícia!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Comer ou não comer, eis a questão!

Eu confesso que não fiquei pensando em quanto iria engordar na gravidez ou quantos quilos precisaria perder depois, muito menos entrei naquela obsessão compulsiva de "meu deus, meu corpo nunca mais será o mesmo". Não pensei em nada disso, estava lá nos últimos itens da lista de preocupação gestacional. Mas depois veio a notícia dos gêmeos e a insistência de médica em me pesar em todas as consultas (sério, por que elas fazem isso?). Então, comecei a pensar em como a minha alimentação poderia afetar a minha gravidez.

Eu sabia de uma coisa: estava acima do peso antes de engravidar, porém estava começando a mudar minha rotina e ia na academia frequentemente. Até corri meus primeiros 5km pouco antes de receber a notícia do exame positivo. Mas, mesmo assim, não fiquei obsessiva com a coisa de engordar. Afinal, ia acontecer de qualquer jeito, certo? É inevitável.

Bem, resolvi seguir a sugestão da minha médica e procurei uma nutricionista porque queria fazer a coisa certa. Comecei super bem e mudei mesmo minha alimentação. Cortei refrigerantes, café, amendoim (que eu amava) e qualquer coisa que pudesse me dar gases, especialmente porque eu sempre tive problemas de prisão de ventre. Comia frutas, verduras, tudo na hora certa de três em três horas, uma maravilha! E estava firme e forte na hidroginástica. Fiquei ótima durante um mês e meu intestino nuncatinha funcionado tão bem. Porém, no meio do caminho perdi peso, comecei a me sentir fraca, a barriga ficou dura e rolou um repouso. Então, relaxei.

Continuei indo na nutricionista e, de repente, com cinco meses, estava engorando 1kg por semana. Opa! E não tinha como dar outro resultado, porque fiquei viciada em doces. Era um desejo alucinado de açúcar. Saí de férias e a situação piorou. Levei um puxão de orelha e eu fiquei arrasada. Mas sabe aquela vontade zero de fazer dieta? Então... Mas a médica jogou a carta certa quando me disse que o aumento de peso muito rápido poderia afetar meu sonho de parto normal.

A ficha caiu ainda quando vieram os resultados dos exames de sangue e a anemia sempre estava lá. É muito comum em grávidas, especialmente, de gêmeos. Então, era hora de pensar um pouco mais na minha energia para cuidar das meninas no pós-parto. Sim, porque elas sempre estarão protegidas. Os bebês, caso a mãe não tenha uma boa alimentação ou não possa suprir todas as necessidades vitamínicas naquele período, se alimentam das nossas reservas. Mas, o ideal, obviamente, é se alimentar bem e ter saúde para todas, né?


From LemeLeme.
A dieta da felicidade? Aquela que te faz bem e faz bem para o seus bebês!


Comecei a tomar, então, um suco de couve no café da manhã. E foi mais fácil do que eu imaginava. Suco natural sempre me deu preguiça, porque tem que usar o liquidificador, depois lavar, aquela coisa. Mas, vou ter que alimentar as minhas filhas mais tarde com papinhas e afins e não vai rolar preguiça, né? Pode até rolar, mas eu vou ter que fazer. Então, armei um esquema. Primeiro, tirei meu liquidificador lindo, maravilhoso, prata e de copo de vidro, do fundo do armário e ele foi para a bancada da cozinha definitivamente. Comprei um suco pronto para facilitar a vida (e com aprovação da nutricionista), uso o laranja caseira light (que tem adoçante liberado para as grávidas). Lavei todas as folhas de couve, sequei e coloquei em um pote. De manhã, é só botar meio copo de suco no liquidificador uma folha grande de couve sem talo e bater bem. Nada de coar o dito cujo, tem que deixar as fibras, que ajudam o intestino da gestante funcionar que é uma coisa. Esta mistura tem sido um salva-vidas pra mim e faz parte da minha rotina. E olha que eu tomo um polivitamínico e ferro à parte.

Agora, no sétimo mês de gestação, entrei em uma nova fase. Esqueci um pouco os doces (ainda como, hoje mesmo tracei uma bela fatia de bolo de chocolate) e estou tentando me alimentar melhor, sempre. A fome passou, o estômago fica cheio logo e os sucos são divinos. Nunca tive tanta sede! Continuo com a água de coco também. E não como nada depois das 21h que me dá refluxo de madrugada.

Vou continuar a engordar, mas espero que não seja tão drasticamente. O negócio é pensar na sáude. Desde o início da gravidez, engordei 13 quilos. No último mês, dei uma segurada e engordei só 2 quilos, mas nunca me senti tão enorme! É claro, tem duas meninas aqui dentro da barriga! O "ideal" (não sei quem foi o louco que inventou esta maldita tabela) é 15 quilos, no caso de gestação gemelar. Não vou me sentir mal se passar disso, e vejo que todas as grávidas reclamam dos médicos que reclamam que elas engordaram demais. Será que o mundo moderno não fez a gente meio maluco em relação ao peso? Vamos relaxar e pensar no saudável, minha gente! Já falei que tem dois bebês aqui dentro? É só não exagerar, como tudo na vida, vamos e buscar o equilíbrio.

Tem uma matéria muito boa no sobre a obsessão moderna das grávidas com o peso aqui no site da UOL, quem quiser dá uma passada lá.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Too much information

É chegada a fase na gravidez da confusão. Não. Espera. Volta. A coisa sempre foi confusa. O momento agora, na verdade, é aquele de contar o dia nos dedos, arrumar os últimos detalhes da lista que parece não ter fim, sonhar com a carinha das meninas todos os dias, lidar com o incômodo corporal diário, diminuir o ritmo e muito estudo. É hora de pensar no parto, na amamentação nos primeiros dias das bebês em casa. Ou seja, basicamente tudo acontece neste fase. E os pais, obviamente, ficam confusos. Ah, novidade.

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Dúvidas crueis

Esta semana eu fui fazer um curso de gestante. Algumas pessoas me falaram que não valia muita a pena, mas nenhuma delas tinha ido na tal das aulas. Eu fui e achei que vale muito a pena, minha gente! Confesso que me surpreendi com a coisa toda. Achei que ia ser aquele blá-blá-blá de bebê, mas foi maravilhoso. Para começar, eles ensinam tudo sobre parto e, para a minha surpresa, super incentivam o parto normal e natural. A palestrante chegou a dar dicas de como não deixar o obstetra te enganar, pode? Amei!

Foram três dias de curso, sempre no horário da manhã. O esquema em Brasília é ligar sempre no dia 01 de cada mês para conseguir uma vaga e tem que ser logo cedo (a partir das 8h). Eu só consegui em um hospital, o Santa Lúcia, ele tem o único curso de graça e o mais longo. Porém, as palestras acontecem durante a semana, ao contrário dos outros, que é no sábado. Um plus: eles serviram um lanchinho super saudável para as futuras mamães!

Tinha umas 50 pessoas no auditório, eu era a única gestante com gravidez gemelar. Vários maridos acompanharam, o Marco não pode ir por causa do trabalho e achei uma pena. Mas de noite, eu contava tudo pra ele e repassava toda a palestra do dia. A minha sogra foi a minha acompanhante e ficou chocada com várias coisas. Chega foi engraçado. Para começar, ela se envolveu na história do parto normal e está quase uma ativista!

O primeiro dia foi sobre trabalho de parto, para mim, a melhor parte. O que é trabalho de parto latente, o que é o tralbalho de parto ativo e tudo o que pode acontecer nestas fases. As contrações, a bolsa, a indução, tudo super bem explicado. E tudo sobre o parto natural. Depois, um pediatra conversou sobre os procedimentos usados nos primeiros minutos de vida do bebê e tirou dúvidas dos pais. Tinha gente super informada e preocupada até demais, mas sempre vale a pena perguntar, né? Aproveitei e conheci a maternidade. Eles também deram uma espécie de passo a passo sobre tudo o que acontece em caso de parto normal e de cesária. A ideia de berçário não existe mais nos hospitais. Os bebês sempre acompanham a mãe, da recuperação ao quatro.

No segundo dia, a palestra foi sobre a cesária e o pós-parto. E eles fizeram uma explicações sobre posições para aliviar a dor das contrações, fazer o bebê descer, como melhor respiração e etc. Pelo que eu entendi, as enfermeiras não estão prontas para te dar estes toques. Você tem que chegar lá consciente e seu parceiro também, ter o apoio do obstetra ou contratar uma doula. Terceiro e último dia foi sobre exercícios durante e pós-gravidez e amamentação. Quando a enfermeira mostrou a foto de gêmeos na amamentação foi uma gritaria que só. Saí de lá meio confusa com essa parte, é muita coisa para lembrar! A posição, a ordenha, as fases todas. E também complica o fato de eu não ter quatro braços, né? Mas não vou ficar obsessiva (como outras mães que estavam lá, ops) e vou deixar acontecer para me preocupar.

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Fotos do Thiago, meu irmão e tio coruja.

Na verdade, ao mesmo tempo que é ótimo aprender, a ansiedade bate ainda mais e você fica cheia de emoções e dúvidas. É mesmo muita coisa e isso pode ser assustador. Mas acho que é melhor saber e passar por este processo do que caminhar no escuro. Vou continuar a me informar e a envolver o Marco neste assunto, afinal ele vai estar do meu lado e do lado das meninas durante todo o processo. Quem tiver a oportunidade, se joga nos cursos. Vale muito a pena. Ainda vou voltar no hospital com o marido para ele conhecer tudo e vou visitar outros lugares até a gente se decidir. Me sinto um pouco mais preparada e apesar do turbilhão de emoções e dos milhões de palpites, estou mais tranquila em relação ao parto. O que não der para ver agora ótimo, o resto a gente aprende mesmo na prática, né?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mãe de dois - Camila Duarte

Estamos chegando perto da reta final da gravidez e surgem cada vez mais dúvidas e um frio na barriga básico para a chegada das meninas. Para tentar ficar mais tranquila e menos desesperada em relação ao dia de trazer duas bebês para casa, nada melhor do que pedir conselhos! Por isso, fui atrás da Camila Duarte, do Mamãe Tá Ocupada!!! Ela é mãe dos gêmeos Joaquim e Pedro, 3 anos, e de um menina linda, a Manuela, 4 anos, ou seja, é mãe de três! E dá ótimas dicas no blog sobre como lidar com a maternidade moderna e as implicações do dia a dia do século XIX. Amei as respostas que ela me enviou e até fiquei mais calma depois de ler tudo. Ufa! Veja como foi a experiência dela aqui:

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Joaquim, Pedro e a irmã Manu

Quando e como você descobriu que estava esperando gêmeos?

Eu descobri que estava grávida durante uma viagem de Revéillon. Passei muito mal, fiz um exame de farmácia no mesmo dia e deu positivo. Detalhe: a Manu tinha 6 meses na época. Porém, ainda não sabia que eram gêmeos... Fui ao médico, ele me examinou, confirmou a gravidez e pediu um ultrasom. Fiz esse primeiro ultrasom, com apenas 5 semanas, com o mesmo médico que fez todos os da Manu. Ele logo nos reconheceu e disse que não esperava nos reencontrar tão cedo... Demos uma gargalhada e ele disse que ia tentar ver o nosso menininho, pois também lembrou que já tínhamos uma menina. Eu apenas respondi: "doutor, qualquer coisa, não importa, não sendo gêmeos, tá ótimo!". Outra gargalhada e assim que ele começou o exame, já vimos 2 coraçõezinhos batendo... Não dava nem para disfarçar ou se enganar, era óbvio e nítido. Ele nos deu os parabéns por serem gêmeos, eu tive um ataque de riso e o meu marido ficou lá parado, de boca aberta por alguns minutos...


Carregar dois é um desafio e também surreal, quais foram os melhores momentos e os mais desconfortáveis na sua gravidez gemelar?
O melhor momento foi certamente sentir a barriga crescendo e, por ser uma segunda gestação e gemelar, ela cresceu numa velocidade absurda! Sentir os meninos mexendo e tentar identificar joelhinhos, cotovelos e bracinhos também era uma delícia. Por outro lado, fiquei enorme e muito pesada, o que acabou restringindo e dificultando um monte de coisas que eu estava acostumada a fazer, principalmente cuidar da Manu, que ainda era um bebê e não andava. Isso foi bem chato e desconfortável!



Como estou no último semestre, preciso perguntar, como foram os últimos meses carregando dois e a preparação para o nascimento?
Os últimos momentos são realmente muito cansativos! A gente não tem mais posição para dormir, sente vontade de fazer xixi o dia inteiro, eu vivia mal-humorada, pois precisava de ajuda até para botar um sapato no pé! Aliás, só tinha um sapato, pois nada mais entrava no meu pé, ficou super inchado! As roupas não serviam mais, é uma fase difícil e chatinha. Ainda por cima, desenvolvi algum tipo de alergia nas últimas semanas. Até hoje não sei o que foi, mas eu tinha uma coceira muito forte nas pernas e na barriga o dia e a noite inteiros! Se já estava difícil dormir, ficou pior ainda! Falta de sono, mau-humor e coceira, que só passou depois do nascimento dos meninos. Eu não tive nenhuma preparação muito específica para o parto. Tinha a recomendação de fazer repouso e tentar levar a gestação adiante o máximo possível, já que estava acertado que seria uma cesárea. Então, a idéia era segurá-los na minha barriga pelo maior tempo que conseguisse, para que engordassem e se formassem direitinho. Joaquim e Pedro nasceram de 37 1/2 semanas, perfeitos e saudáveis. Joaquim com 3,210kg e o Pedro com 2,475hk. Dois meninões!!!


Joaquim abracando Pedrinho
Joaquim abraçando Pedro

Como foi seu parto e a chegada deles?
O parto em si foi muito tranquilo. O médico agendou a cesárea quando percebeu que eu estava no meu limite e que os meninos estavam prontinhos para nascer sem risco, mesmo sendo um pouco antes do tempo. De fato, não houve nada de errado com eles, nasceram muito bem e saudáveis, mas imediatamente após o parto, tive uma hemorragia muito séria em que se cogitou a retirada do útero ou uma transfusão de sangue. Isso aconteceu pelo fato de serem 2 bebês muito grandes! Então, o útero não contraiu e causou a hemorragia (atonia uterina). Eles ficaram ótimos desde o princípio, mas eu fiquei extremamente fraca e anêmica.

Qual foi a melhor dica que você recebeu desde que descobriu que ia ser mãe?
Acho que foi do primeiro pediatra que as crianças tiveram, de que precisamos estabelecer rotina para os nossos filhos. Ele tinha razão! Sou adepta e fã de rotina, mas se puder dar uma dica extremamente pessoal e contrária às dicas que esbarramos por aí o tempo todo, diria para que cada mãe tente ficar quietinha e ouvir os seus próprios instintos na hora de cuidar dos filhos e tomar decisões relacionadas a eles. Os instintos são muito sábios e podem nos ajudar bem mais do que os Google´s da vida!!!

Pedro e Joaquim 3 anos-2-42
Pedro e Joaquim


Muito se opinia e se discute sobre a amamentação de gêmeos, como foi essa experiência para você?
Infelizmente, não consegui amamentar os meninos. Tentei muito, mas não tive leite! Amamentei bastante a Manu, era uma verdadeira vaca leiteira, mas acho que a hemorragia e a anemia não me permitiram produzir leite. Logo depois que a minha situação do pós-parto estava resolvida e controlada, não me deixaram amamentar o Joaquim e o Pedro, disseram que eu havia perdido muito sangue, estava muito fraca e precisava me poupar. Então, eles já conheceram (e gostaram!) a mamadeira logo na primeira mamada. Eu não sei se isso é verdade, não tinha informação na época, mas depois que já estava reestabelecida, não tive nenhum pingo de leite, tentei botar os meninos no peito para estimular, mas eles nem pegavam, uma pena! Sinto muito por isso, mas na época, nem me dei conta ou fui procurar informação. Era uma loucura tão absurda, que eu não tinha nem tempo de pensar ou me preocupar....

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Irmãos torcedores

Qual o seu conselho para as mães modernas de três?
Para ser uma mãe de 3 "sobrevivente", é preciso de muita organização e de rotina. Tem gente que não gosta e tal, mas faz toda a diferença a gente conseguir organizar as vidinhas dos filhos para que todos tenhamos uma vida minimamente controlada, organizada e previsível. Lógico que é difícil nos primeiros meses, mas vale a pena o investimento. Para nós e para eles, que se tornam crianças seguras e confiantes! Aceite sempre ajuda, tente confiar nas pessoas que estão a sua volta querendo ajudar e aproveite todos os mínimos momentos para fazer alguma coisa para si mesma, não importa se é tomar banho, dormir ou ver TV, escolha e faça, é super necessário!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Que mãe você vai ser quando crescer?

Antes mesmo de ficar grávida, a maioria das mulheres pensa que tipo de mãe vai ser. Começa assim, sem querer, enquanto a gente observa outras crianças com suas mães ou quando a gente percebe o quanto a nossa criação foi importante para transformar o que somos hoje.

Eu e o Marco sempre conversamos, cheios de razão, diga-se de passagem, "com o nosso filho não vai ser assim" ou "com a gente vai ter que ser assim", pronto e acabou-se, super decididos. Quem nunca fez isso? E de certa forma, era bom discutir a forma como a gente queria que fosse, idealizar as lições para o nosso futuro filho e discutir a dos outros. Bem, agora vamos poder colocar tudo em prática! Vamos quebrar a cara? Talvez. Mas, estamos loucos para dar de cara com o desconhecido.

Desde que o exame de gravidez deu positivo, eu tenho pensando ainda mais no tipo de mãe que eu quero ser. Eu aprendi muito nos últimos meses e cheguei a seguinte conclusão:

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Eu quero ser a mãe que a minha mãe foi pra mim. Eu quero ser uma mãe ainda melhor do que eu penso que posso ser. Quero ensinar tudo o que meus pais me ensinaram e mais um tanto. Eu quero ser uma mãe segura, presente, amiga, confidente, insistente, adepta dos bons costumes, das boas maneiras e que sabe dar um colo como ninguém, assim como a minha mãe.

Mais importante de tudo: eu quero ser uma mãe que sabe admitir que está errada. Eu vejo que toda mãe tem sua razão. Todas tentam seu melhor e acreditam no que estão fazendo pelo filho. Mas, às vezes, é preciso dar um passo atrás e eu quero aprender a dar este passo. E olha, que eu adoro ser a dona da verdade.

Não sei se vocês também perceberam isso, mas, pra mim, a maternidade é uma questão de escolha. E não há como resumir melhor. Tem aquela mãe que escolhe deixar o filho com a babá e outra prefere a creche. Tem aquela que dá refrigerante à vontade para o bebê e a outra que não quer que ele coma doce tão cedo. Quem tem razão? Apenas elas podem responder isso. Cada uma traça seu caminho.


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Até na gravidez eu percebi isso. Eu, por exemplo, cortei refrigerantes, especialmente coca-cola, e café assim que fiquei sabendo que estava grávida. E ouvi de diversas outras mães: "que besteira, tomei refrigerante a gravidez inteira". Até minha mãe falou que tomou café com leite quando estava grávida de mim, pois não era orientação médica na época. Mas foi uma escolha minha, eu acho que faz mal, não só pela cafeína, mas pelos gases. E estou feliz com isso. Por outro lado, eu tomo uma taça de vinho no fim de semana. É melhor ou pior do que o refrigerante? Não sei. Eu só sei o que eu escolhi e assumo as minhas escolhas. Se achar que não está bem, estou errada, volto atrás. Como já aconteceu nestes últimos 6 meses.

Que tipo de mãe eu vou ser? Não sei, por enquanto, é só uma ideia na minha cabeça, mas eu espero refazer essa pergunta sempre. Para poder melhorar sempre e crescer com minhas filhas também.

*fotos pela ilustríssima amiga e fotógrafa nas horas vagas Maria Fernanda Seixas

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Parto meu - Carol Lobo

Cada mulher tem uma expectativa, um desejo, um sonho para o seu parto. Bem, às vezes, esses sentimentos passam desapercebidos, se confundem, mas eles estão ali. Ainda que com o medo e a ansiedade, vem a esperança de um nascimento único e pleno, mesmo sem a gente saber o que isso quer dizer. Pelo menos daqui do outro lado do computador, eu não me canso de aprender e pesquisar cada vez mais sobre isso.

Hoje resolvi compartilhar a história da Carol Lobo. Ela fez uma cesária na primeira gravidez e se sentiu satisfeita com sua decisão. Mas depois de um tempo, ela começou a ver as coisas de outra forma, a maternidade tem muito disso. E na segunda gestação, ela conseguiu colocar em prática a ideia de um parto natural e ainda domiciliar. É um relato e tanto! Me emocionei com a força de vontade e o depoimento da Carol. Aí vai:

Meu renascimento como mulher: relato de parto

Confesso: a minha segunda gravidez, da Rafaela, não foi programada. Ela aconteceu! Diferente da gravidez da irmã, que foi super planejada, esperada. Porém, na gravidez da Maria Luisa (primeira vez), procurei mais informações a respeito da maternagem do que da via de nascimento. Pra mim, aquela época, o modo como o bebê nascia não importava, e sim se ele estaria saudável. Mas, na verdade, eu nunca havia me importado com o nascimento. Se ela viesse de parto natural ou cesárea, pouco importava. Apesar disso, eu estava “me preparando” para um parto normal...

tres meninas
Carol e suas meninas

Pelo menos eu achava que sim, pois estava fazendo yoga, conversava com algumas militantes do parto normal, mas nada além disso. Chegando perto da data provável do parto, 37 semanas para ser exata, fiz uma ultrasom de rotina e lá estava uma circular. Juntou a falta de informação, a ansiedade de ver a minha filha tão esperada com um médico cesarista, resultado: cesárea marcada para a semana
seguinte. E a fiz com muita paz no coração. Malú nasceu bem, apgar 9/9, ficou comigo desde a sala de recuperação. E isso pra mim tinha sido o bastante. Minha filha nasceu saudável, não teve nenhum desconforto, logo mamou e minha recuperação fora ótima. Pronto, estava satisfeita! E nunca mais toquei no assunto.

Nascimento (44)
Com a Malu depois do nascimento

Nascimento (18)
Cesária na primeira gravidez

Até o dia de rever o DVD do nascimento. A essa altura eu já estava grávida da Rafaela, e Maria Luisa pediu para ver. Meu coração ficou em pedacinhos... Ver minha filha sendo tirada de mim, dando uma passadinha rápida para “me conhecer”, pois eu estava amarrada e não pude nem tocá-la, depois vê-la sendo submetida a milhares de intervenções, ali sozinha, chorando,peladinha, sem nenhum conforto... Isso me matou por dentro. E foi neste momento que eu decidi que com a Rafaela seria diferente.

E dei graças à internet!!! Procurei me informar o máximo possível sobre o parto humanizado. Era o que eu queria para o nascimento da minha filha, um parto respeitando o momento da passagem da vida intra-uterina para esse mundo, que já
é hostil por si só! E nessa procura incessante, achei bem mais informações do que eu estava à procura. E aprendi que a via de nascimento importa SIM! E nisso foram 7 meses de muito estudo, preparação do corpo e da mente para que minha filha chegasse da melhor maneira que eu poderia proporcionar.

Eu decidi por um parto domiciliar. Não tive apoio inicial de ninguém, nem do meu marido. Mas, nem por isso, titubeei. Era isso que eu queria, era o parto
que eu teria! Procurei um GO que topasse, uma doula-fisioterapeuta que me
ajudasse no preparo físico-metal e fiz exercícios físicos até a semana anterior ao parto.

O parto:


Umas das coisas que eu tinha que ter muito bem exercitado era o controle da minha ansiedade. E por incrível que pareça, ela estava controlada. Eu estava de 39 semanas e só esperava a Rafaela para a semana seguinte, acreditando na mudança para a lua-cheia. Porém, como nem tudo na vida é programável, e o parto é uma dessas coisas. Na madrugada de quarta-feira, 26/08, eu comecei a sentir contrações com cólicas. Que felicidade!!! Como eu esperei por esse momento.

Eram 2h, e CLARO, eu comecei a cronometrar (tá, a ansiedade não estava tão controlada assim, hihi), elas vinham com intervalo de 7 min. Apesar de elas serem bem desconfortáveis, eu estava feliz da vida!!! Saí do quarto e fui curtir esse momento, que achei que seria curto....... Acordei o maridão às 6h, disse a ele que estava com contrações desde as 2h e achei que podíamos ligar para o GO. E assim fizemos.Dr. Fred pediu que fossemos ao consultório para ele fazer a avaliação. Fomos e no carro as contrações chegaram a vir com intervalos de 5 min, oba!! Horrível contração no carro, mas tudo vale à pena! Chegando ao consultório, toque: 2 cm!!! Como assim, madrugada inteira de contrações regulares, e só isso????? Voltei pra casa meio decepcionada, e as contrações se espaçaram... Ora vinham de 10 em 10, ora de 7 em 7, nunca regularizavam.

Pronto, não estava em trabalho de parto ativo, ainda era o latente. Bem, vamos curtir! Passei o dia em casa, tendo as contrações desconfortáveis. A doula veio e viu que realmente se tratava de TP latente. Então, vamos dormir, concentrar, pedir pelas contrações para ver se elas engatam. E foi mais uma madrugada de contrações com longos intervalos, mas que me impediam de dormir.

Eu estava cansada... Na quinta, 27/08, o Dr. Fred veio à minha casa para nova avaliação, 3cm. Mas a essa altura eu já imaginava essa evolução, já que o TP ainda não havia engatado. E foi mais um dia inteiro de contrações! E nesse momento eu comecei a ficar com medo. Medo de fraquejar na hora punk! Pensava comigo: se o período latente já está desconfortável dessa maneira, como será o TP ativo??? Será
que eu vou agüentar? E é nessas horas que vemos como o trabalho da doula é imprescindível:minha querida companheira de parto me ajudou com palavras lindas de encorajamento,mostrando que nasci pra isso, me preparei para isso!

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O apoio essencial da doula

Já era de noite, TP novamente não engrenara. Dispensei a doula, já que previa mais uma madrugada de contrações espaçadas (a terceira, estava MORTA!!!). Mas antes de ir, ela apertou um pontinho mágico entre a canela e a batata da perna, que ela disse ser o ponto do útero. Eu já estava tão descrente que nem dei muita bola. Fui deitar, tentar dormir entre as contrações, o que para mim era impossível. E as contrações começaram a vir mais intensas, mais duradouras. Mas mesmo assim eu não acreditava. Cheguei a pedir para elas irem embora, que eu estava muito cansada, precisava dormir. Mas elas (GRAÇAS) não me obedeceram!!! Começaram a vir com intervalos mais curtos, apesar de não estar mais marcando.

Até que não deu mais para agüentar!! Tive que levantar, contração deitada é MUITO ruim!!!! Chamei meu marido e entrei no chuveiro, eram 2h de 28/08, sexta-feira. Pedi para ele marcar os intervalos. Surpresa: 3 minutos!!!!!!!! Nem acreditei, era o início do meu TP!!!!! As contrações estavam MUITO intensas, logo a doula chegou, eram 2h40. E a partir desse momento, tudo fica meio obscuro... Acho que eu me concentrei tanto, estava tão focada que não lembro de muita coisa. Para mim o tempo passou voando!!!! As contrações eram fortes, doía, mas nada me fazia sair do foco.Claro que reclamei diversas vezes, não sou de ferro, cheguei
até a negar uma contração, normal... Lembro de ter falado com a doula que se quando o Dr. Fred chegasse eu tivesse com 4 cm eu piraria!!

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Em pleno trabalho de parto

E ele chegou, eram 5h, ele mora do outro lado da cidade! Avaliação as 5h25: 8 cm!!!! Meu Deus, que alegria!!! Renovou minhas forças! E ele disse que Rafaela ainda estava alta, que dali por diante, em cada contração, eu deveria me agachar, acocorar. E foi o que fiz. Vinha uma, eu acocorava. Pedi para ir ao chuveiro. E dali só saí com minha filha no colo... Cada contração que vinha, eu acocorava, sem banqueta de parto, era eu e as forças das minhas pernas. Até que elas começaram a vir em espaços tão curtos que nem levantei mais! E aí tudo ficou ainda mais
sem nexo. Vendo a gravação do parto, eu vi que a doula falava comigo a todo momento, mas eu não lembro de nada, não ouvi uma palavra.

Comecei a sentir a tal vontade de fazer força, era incontrolável, que delícia! Eu urrava como uma verdadeira loba, era um urro que vinha de dentro. Em uma contração, que para mim não tinha mais intervalo, eu coloquei a mão e senti! Senti a cabecinha da minha amada filha. Que emoção! Falei que tinha algo diferente na minha perereca (isso tá gravado, muito engraçado!!) e a doula chamou o Dr. Fred. Quando ele entrou
no chuveiro foram duas forças, uma atrás da outra, sem intervalo, e saiu minha pequena, linda, serena, já tomando banho de chuveiro, direto para os meus braços. Que prazer indescritível. Que momento mágico. Sentir todo o corpinho passando por mim, sem palavras... Até agora, se fecho os olhos, sinto esse momento único! Eu só lembro de ter olhado para o meu marido e gritar EU CONSEGUI, minha filha nasceu por MIM!!!!

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Momento do nascimento

A placenta saiu logo após, nem fiz força... Saí do chuveiro sendo amparada pelo meu marido, eu fiquei bem fraquinha. Deitei na cama e o Dr. avaliou o períneo, que ficou ÍNTEGRO, apesar da intensidade do expulsivo. Levei apenas um pontinho na região dos pequenos lábios. E Rafaela mamando calmamente no meu seio, ao som de Enya...

Rafaela nasceu no conforto do seu lar, às 5h43, junto com o sol, para iluminar ainda mais a minha vida!!!

Considerações finais...


Pressinto que se eu tivesse optado por um parto hospitalar teria entrado na faca, já que foram 2 dias de “trabalho de parto” sem evolução na dilatação... Apesar da recuperação ser 100% melhor do que na cesárea, me senti extremamente cansada, devida as noites anteriores não dormidas e a perda de sangue. Cheguei a quase desmaiar. O que foi um momento bem interessante... Eu queria levantar para fazer xixi, já tinham se passado 4h do parto. Quando levantei, meu marido me ajudando, milhares de vozes de mulheres ao mesmo tempo me diziam, de várias formas diferentes, como o meu parto havia sido lindo, o quanto estavam orgulhosas de mim. Quando eu dei por mim, eu estava praticamente desfalecida no colo do meu marido. Foram minhas ancestrais??? Gosto de pensar que sim!

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Rafaela e o pai

Apesar do meu querido e amado marido não ter apoiado de início a idéia do Parto Domiciliar, ele foi de um companheirismo inigualável! Ficou a todo o momento ao meu lado, dando suporte físico e psicológico. Sem ele certamente as coisas não teriam fluído da maneira como fluíram. Sim, porque apesar das contrações terem começado cedo, o TP propriamente dito foi muito intenso e rápido, com duração de 3h40.

Além dele, a presença, mesmo que escondidinha, da minha mãe também foi de muita
importância. A bichinha soube direitinho o seu papel no parto, que era de dar o apoio total a mim, sem interferir no momento. Ela foi linda! Sem palavras para a minha querida doula. Foi de suma importância, acho que sem ela eu não
teria dado conta do recado...

Enfim, foi isso, de um nascimento via cirurgia que para mim havia sido suficiente, eu renasci como mãe e mulher no nascimento humanizado

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As irmãs